O que é o modelo transteórico do comportamento alimentar?

Postado em 27 de novembro de 2015 | Autor: Alweyd Tesser

Atualmente, diversas ferramentas estão disponíveis na prática profissional, e a aplicação de modelos que auxiliam na compreensão do comportamento alimentar torna-se estratégia que colabora para o sucesso na adesão ao acompanhamento nutricional. Proposto na década de 1980, o modelo transteórico do comportamento alimentar utiliza cinco fases distintas de mudança, demonstrando quando esta ocorre e qual o grau de motivação para realizá-la. 
 
Os cinco estágios abordados são:
 
Pré-contemplação: fase na qual ainda não há o reconhecimento do problema, sem consideração de mudança.
 
Contemplação: já se reconhece a existência do problema, com a consideração de mudança.
 
Decisão: estágio em que se pretende adotar as mudanças comportamentais.
 
Ação: momento em que há alterações de fato no comportamento. Fase que exige grande dedicação e disposição para evitar as recaídas.
 
Manutenção: já houve modificações no comportamento, e o objetivo principal é manter os ganhos obtidos durante a fase de ação.
 
Além da identificação e compreensão desses estágios, também, são necessárias estratégias de interação com o paciente a fim de estimular e incentivar as mudanças fundamentais para o tratamento. Nesse sentido, a entrevista motivacional, baseada em cinco pilares, facilita o contato do profissional com o paciente, conforme descrito a seguir:
 
Expressar empatia: envolve a compreensão das expectativas do paciente.
 
Desenvolver a discrepância: auxilia o paciente a compreender quais metas são importantes e as consequências de seu comportamento atual.
 
Evitar a argumentação: o profissional deve evitar a argumentação e confronto direto com o paciente, o que poderia proporcionar maior resistência ao tratamento. O objetivo é auxiliá-lo a encontrar soluções.
 
Aceitar a resistência: importante reconhecer o momento ou estágio de mudança do paciente e propor estratégias que contribuam para a solução do problema.
 
Promover a autoeficácia: demonstrar ao paciente que ele é capaz de obter sucesso e ajudá-lo a compreender que somente ele é o responsável pelas mudanças.
 
Assim, torna-se de grande importância que o profissional considere a influência do comportamento para o sucesso do acompanhamento nutricional. O conhecimento de modelos que favoreçam a adesão ao tratamento é ferramenta fundamental para a melhor qualidade de vida e saúde através da alimentação.

 

Bibliografia

Toral N, Slater B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Cienc. saúde coletiva. 2007; 12(6):1641-1650.

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VEIGA NETO, A.R; MELO, L.G.N.F. Fatores de influência no comportamento de compra de alimentos por crianças. Saúde Soc. 2013; 22(2).

QUAIOTI, T.C.B.; ALMEIDA, S.S. Determinantes psicobiológicos do comportamento alimentar: uma ênfase em fatores ambientais que contribuem para obesidade. Psicologia USP. 2006; 17(4):193-211.

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