A constipação intestinal é um problema comum na gravidez. Algumas mudanças ocorridas nesta fase da vida dificultam o funcionamento intestinal, como a secreção de hormônios como estrógeno, que aumenta a elasticidade da parede uterina; progesterona, que provoca relaxamento da musculatura lisa do intestino, com conseqüente aumento no tempo de trânsito intestinal; aumento do útero, que provoca compressão no intestino e diminuição da absorção de água no cólon entre a 12a e 20a semana gestacional, ocasionando endurecimento das fezes.
A prevalência da constipação em gestantes encontradas por Ponce e colaboradores, em um estudo longitudinal, foi de 29% no primeiro trimestre, 22% no segundo, 14% no terceiro trimestre e 24% nos três primeiros meses após o parto. Dados semelhantes foram encontrados por Bradley e colaboradores: 24% de gestantes constipadas no primeiro trimestre, 26% no segundo, 16% no terceiro trimestre e 24% nos primeiros três meses após o parto.
Estudos demonstram que fatores dietéticos, como a ingestão adequada de fibras alimentares, podem prevenir e/ou tratar o intestino preguiçoso durante e após a gestação, e, portanto são indicadas neste período.
Sobre o consumo de probióticos para prevenir e/ou tratar o intestino preguiçoso, estudos indicam que pode haver diminuição do tempo de trânsito intestinal, aliviando os desconfortos da constipação.
Bibliografia
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