Diabetes Mellitus gestacional pode persistir após o parto?

Postado em 22 de abril de 2020 | Autor: Roberta Ciudi

DMG é considerado o problema metabólico mais comum durante a gestação e tem prevalência entre 3% a 25% nas gestantes, podendo ou não persistir após o parto.

Gestante sendo examinada.

O Diabetes Mellitus Gestacional é definido como qualquer grau de intolerância à glicose, cujo início ou detecção ocorre durante o período da gravidez. É considerado o problema metabólico mais comum durante a gestação e tem prevalência entre 3% a 25% nas gestantes, podendo ou não persistir após o parto.

Por ser causa de morbidades para mãe e filho, durante e após a gravidez, recomenda-se que o DMG seja detectado o mais brevemente possível.  Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da doença: 1) sobrepeso; 2) obesidade pré-gestacional; 3) maior ganho de peso durante a gestação; 4) idade da gestante superior a 35 anos; 5) histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, entre outros.

Esse distúrbio metabólico pode perpetuar após o momento do parto. O grau de intolerância à glicose evidenciado durante a gestação é um dos principais determinantes do risco aumentando para o desenvolvimento futuro de diabetes pela mãe.

Segundo estudo realizado pela Revista de Saúde Pública, foi evidenciado que há uma maior frequência de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 no período pós-parto em mulheres que apresentam passado com diagnóstico de Hiperglicemia Gestacional e Diabetes Mellitus Gestacional, em comparação a mulheres que não desenvolveram tais doenças durante o período gestacional.

A maioria das mulheres apresentam normalização após o parto, mas é recomendado observar os níveis de glicemia nos primeiros dias e orientar manutenção de uma dieta saudável, evitando prescrição de dietas hipocalóricas e incentivando o aleitamento materno, que pode contribuir para a redução  do risco de desenvolvimento de DM2 após a gestação. Caso ocorra hiperglicemia durante o período de amamentação, o uso de insulina é indicado. A tolerância à glicose deve ser reavaliada a partir de 6 semanas após o parto e medidas de adoção de estilo de vida saudável devem ser estimuladas.

Referências

Silva MRG, Calderon IMP, Gonçalves LC, et al. Ocorrência de diabetes melito em mulheres com hiperglicemia em gestação prévia. Rev Saúde Pública. 2003;37(3):345-350.

Reichelt AJ, Oppermann MLR, Schmidt MI. Guidelines of the 2nd Meeting of The Diabetes and Pregnancy Task Force. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002;46(5):574-581.

Weinert, L. S., Silveiro, S. P., Oppermann, M. L., Salazar, C. C., Simionato, B. M., Siebeneichler, A., & Reichelt, A. J. (2011). Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento multidisciplinar. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 55(7), 435–445.

Sociedade Brasileira de Diabetes.Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. São Paulo : Editora Clannad, 2017.

American Diabetes Association. American Diabetes Association Guidelines 2020.

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