Paterniti e colaboradores investigaramos efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes dos polifenóis extraídos depistache natural sem casca (PN) e de sementes de pistache salgadas e torradas(PT), utilizando dois modelos diferentes, invitro e in vivo, em que induziramum processo inflamatório com uso de lipopolissacarídeo (LPS) e carragenina(CAR) respectivamente. Os polifenóis de PN e PT foram extraídos por métodospadronizados e utilizados em ambos os modelos.
Para o modelo in vitro, células demonócitos/macrófagos receberam um pré-tratamento com concentrações crescentesde PN e PT (de 0,01 mg/mL a 1,0 mg/mL) e avaliadas quanto aos efeitos detoxicidade e viabilidade das células. Depois disso, as células receberam LPSpor 24h para estimular o processo inflamatório. Marcadores inflamatórios eoxidativos foram avaliados antes e depois da utilização de LPS.
No modelo in vivo, utilizou-se ratos da linhagemSprague-Dawley, machos, que receberam dieta padrão e água sob livre demanda. Edema de pata foi induzido através de injeçãosubplantar de CAR na pata traseira direita. Os ratos foram divididos em grupoCAR (controle), grupo CAR + NP (receberam PN (30mg/kg) por via oral 30 minutosantes do CAR – n = 10), e grupo CAR + PT (receberam PT (30mg/kg) por via oral30 minutos antes do CAR -n = 10). O edema foi avaliado a cada hora, por seishoras após a administração de CAR. No final do experimento, os ratos foramsacrificados e os tecidos das patas traseiras submetidas a testes histológicose imuno-histoquímicos.
Resultados
Invitro
As células apresentaram melhor viabilidade comconcentrações de 0,5mg/mL, 0,1mg/mL e 0,01mg/mL de PN e PT. Os resultadosobtidos mostraram um efeito protetor significativo contra o processoinflamatório induzido por LPS em células pré-tratadas com PN nas trêsconcentrações utilizadas, enquanto que o pré-tratamento com PT exerceu proteçãoapenas nas concentrações de 0,01mg/mL e 0,1mg/mL. A avaliação dos marcadoresinflamatórios demonstrou que o pré-tratamento com 0,5mg/mL de PN e 0,1mg/mL de PTreduziram a degradação de Iκβ-α, porém de forma não significativa. Também foiobservado redução não significativa da síntese de óxido nítrico em célulaspré-tratadas com PN e PT. Resultadossignificativos incluíram: redução dos níveis de TNF-a e IL-1 em células quereceberam 0,5mg/mL de PN, redução nos níves de COX-2 em todas as concentraçõesde pré-tratamento com PN e PT, diminuição significativa de reativas de oxigênio(ROS) e malondialdeído (MDA), principalmente com PN a uma concentração de0,5mg/mL.
Invitro
Observou-se uma reduçãosignificativa do volume de edema da pata em ratos tratados com PN a 30 e 100mg/kg, enquanto o tratamento PT não apresentou resultados significativos naredução do edema. A atividade inflamatória, medida através dos níveis de mieloperoxidase(MPO) e infiltração de neutrófilos foi reduzida significativamente com aadministração de 30mg/kg de PN, porém o mesmo não foi observado com o uso dePT. A avaliação histológica das células musculares dos ratos demonstrou melhorados sinais de inflamação após o tratamento com PN, o que não foi observado comadministração de PT. Da mesma forma, a formação de ROS foi bloqueada com PN,mas não com PT.
PN e PT apresentaramresultados diferentes quanto a suas ações anti-inflamatórias e antioxidantes.Segundo os autores, “isso pode ser devido aos níveis mais altos de compostosbioativos identificados em PN em comparação com PT. Além disso, a interaçãosinérgica entre os polifenóis identificados em PN poderia melhorar sua bioatividade.”
As duas variedades depistache também apresentam concentrações de diferentes epicatequina eisoquercetina, que é significativamente maior em PN em comparação com PT. Acredita-seque esses compostos contribuam para as fortes propriedades antioxidantes eanti-inflamatórias do extrato de pistache.
Contudo, sugere-se que novosestudos sejam feitos no intuito de se identificar a melhor dose a ser utilizadavisando os benefícios anti-inflamatórios e antioxidantes do pistache.
Referência:
Paterniti
I, Impellizzeri D, Cordaro M et al. The Anti-Inflammatory and Antioxidant Potential of Pistachios (Pistacia
vera L.) In Vitro and In Vivo. Nutrients,
2017, 9, 915.