Estudo publicado no European Journal of Nutrition demonstrou que a ingestão de ômega 3 (ω-3) e o consumo de peixe foram inversamente associados com a incidência de síndrome metabólica (SM) em 25 anos.
Trata-se de um estudo tipo coorte, multicêntrico, prospectivo que acompanhou, durante 25 anos, 4.356 adultos americanos, que responderam um questionário de frequência alimentar. O consumo de ω-3 foi estimado por meio da soma das fontes alimentares e do uso de suplementação de óleo de peixe. Valores de pressão arterial, glicemia de jejum, lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicérides e circunferência da cintura foram avaliados periodicamente durante o tempo de estudo.
Os participantes foram divididos em quintis de acordo com o consumo total de ω-3 (0,03; 0,07; 0,11; 0,18 e 0,40 g / dia) e o consumo de peixes não fritos (menos que 1 vez por mês, 1 a 3 vezes por mês, 1 vez por semana, e 5 vezes por semana ou mais).
Durante os 25 anos de acompanhamento, 1.069 casos de SM foram diagnosticados.
A ingestão de ω-3 foi inversamente associada com a incidência de SM de uma maneira dose-resposta, e o consumo de peixe foi inversamente associado aos baixos níveis de HDL e altas concentrações de triglicérides.
A incidência de SM foi 46% menor nos participantes do quintil mais alto de consumo quando comparada ao quintil mais baixo. Os pesquisadores observaram ainda que entre a família do ω-3, o consumo de DHA (ácido docosaexaenoico) teve maior benefício do que o consumo de EPA (ácido eicosapentaenoico).
“Nossos resultados sugerem que a ingestão de ω-3 e peixes por adultos jovens está inversamente associada com a incidência de síndrome metabólica mais tarde”, concluem os autores. “Este estudo fornece evidências que sugerem a recomendação de ω-3 para prevenção primária de síndrome metabólica”, afirmam.
Referência (s)
Kim YS, Xun P, Iribarren C, Van Horn L, Steffen L, Daviglus ML, et al. Intake of fish and long-chain omega-3 polyunsaturated fatty acids and incidence of metabolic syndrome among American young adults: a 25-year follow-up study. Eur J Nutr. 2016; 55(4):1707-16.