Estudo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, revelou que a sucralose pode se tornar instável e liberar compostos potencialmente tóxicos ao ser aquecida a 98 ºC, calor facilmente atingível durante o preparo de alimentos.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aqueceram a sucralose em banho-maria por cerca de 2 minutos e analisaram tanto o gás proveniente da fervura da substância, quanto a fase sólida (caramelo que se forma após a fusão da sucralose), com o auxílio de técnicas como termogravimetria, espectrometria de massa e espectroscopia no infravermelho.
No gás, observou-se a presença de ácido clorídrico, que pode ser irritante se inalado. Na fase sólida, foram encontrados hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs), uma classe de substâncias com efeito mutagênico e carcinogênico.
“Estes resultados não só confirmam a instabilidade suspeita de sucralose a altas temperaturas, mas também indicam que, mesmo exposta a condições suaves, é observada a formação de compostos policlorados perigosos”, concluem os autores.
No entanto, os autores ressaltam que no experimento feito em laboratório foi usada a sucralose comercial pura, que é diferente da sucralose encontrada nas gôndolas dos supermercados, que vem misturada com outros aditivos para ganhar corpo. “Se esses aditivos protegem a sucralose da degradação pelo aquecimento ou se potencializam o efeito tóxico do adoçante é algo que ainda não sabemos. Precisa ser estudado”, explicam.
Referência (s)
de Oliveira DN, de Menezes M, Catharino RR. Thermal degradation of sucralose: a combination of analytical methods to determine stability and chlorinated byproducts. Sci Rep. 2015; 5:9598.