Suplementação de fibra melhora a distribuição de gordura e perfil lipídico em adolescentes com excesso de peso

Pesquisadores publicaram na revista PLos One um estudo com o objetivo de avaliar os efeitos da suplementação de psyllium na sensibilidade à insulina e outros parâmetros relacionados com a síndrome metabólica em uma população de adolescentes.

Trata-se de um estudo randomizado, participante-cego e controlado por placebo. Foram incluídos 47 adolescentes do sexo masculino com idade entre 15 e 16 anos, recrutados em escolas localizadas em áreas de baixos índices socioeconômicos e com altos índices de obesidade. Os participantes receberam 6 g/dia de psyllium ou placebo durante 6 semanas. Foram avaliados o perfil lipídico de jejum, pressão arterial, sensibilidade à insulina, composição corporal, níveis de atividade física e registro alimentar de três dias, coletados no início e após a intervenção de 6 semanas.

Dos indivíduos avaliados, 45 completaram o estudo e a adesão da suplementação foi elevada, em que 87% dos participantes consumiram mais de 80% das cápsulas prescritas. No início do estudo, 44% dos indivíduos estavam acima do peso ou obesos, e 28% apresentavam diminuição da sensibilidade à insulina. A suplementação de psyllium reduziu em 4% a relação cintura-quadril (p = 0,019), e reduziu em 6% o LDL colesterol (lipoproteína de baixa densidade, p = 0,042). Além disso, não foi encontrado nenhum evento adverso associado à suplementação.

O psyllium (psillium ou psílio) é uma fibra dietética, que engloba uma mistura de polissacarídeos solúveis e insolúveis, derivada da casca da semente de Plantago ovato, uma planta originária do mediterrâneo. O psyllium tem sido usado com segurança em crianças e adolescentes para melhorar a hipercolesterolemia.

“Este é o primeiro estudo que investigou os efeitos da suplementação de psyllium em parâmetros da síndrome metabólica em adolescentes. Os nossos dados mostram que, mesmo no contexto de uma intervenção relativamente curta, a suplementação de psyllium melhora o LDL colesterol e a distribuição de gordura corporal. Por outro lado, não houve melhora na sensibilidade à insulina”, comentam os autores.

“Estes resultados têm implicações no âmbito de saúde pública no intuito de melhorar a consciência e promoção do valor da fibra dietética na dieta de adolescentes, por desempenhar um papel na prevenção de doenças cardiovasculares. No entanto, mais pesquisas são necessárias para investigar os melhores tipos de fibra, método de fornecimento, dose e duração do tratamento para determinar a suplementação de fibras adequada e os benefícios à saúde associados”, concluem.

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