Uma pesquisa publicada na revista Clinical Therapeutics demonstrou que a suplementação precoce com ácidos graxos ômega-3 foi associada com diminuição da mortalidade em pacientes com e sem diabetes tipo 2 após o infarto do miocárdio (IM).
Devido às evidências dos benefícios clínicos dos ácidos graxos ômega-3 na saúde cardiovascular, os pesquisadores levantaram a hipótse de que a suplementação após o IM diminuiria o risco de outros eventos cardiovasculares e, portanto, iria reduzir a mortalidade desses pacientes.
Trata-se de um estudo retrospectivo de coorte, que utilizou informações do banco de dados General Practice Research (GPRD), onde contém mais de 11 milhões de registros clínicos de indivíduos do Reino Unido. Os dados registrados pelo GPRD incluem características demográficas, histórico médico, investigações clínicas e prescrições de medicamentos.
A partir desses dados foram selecionados 2.466 indivíduos adultos (média de idade foi de63 anos) sobreviventes de IM com ou sem diabetes tipo 2, que foram divididos em dois grupos: um que recebeu e outro que não recebeu a suplementação de 1g/dia de ômega-3 após o IM.
Os pesquisadores observaram que os indivíduos que receberam a suplementação de ômega-3 em até 90 dias após o IM apresentaram diminuição na taxa de risco para a mortalidade (fator de risco= 0,782; p= 0,0159). Já os pacientes que receberam a suplementação precocemente, ou seja, em até 14 dias do IM, a taxa de risco para a mortalidade foi ainda menor (fator de risco= 0,680; p= 0,0288). Em pacientes com diabetes tipo 2, as taxas de risco para a mortalidade também foram significativamente menores, sendo de 0,714 quando o início da suplementação foi em 90 dias e de 0,597 para o recebimento da suplementação após 14 dias.
“Esses resultados sugerem que a suplementação de ômega-3 no prazo de 90 dias após o IM foi associado com uma redução de 21,8% no risco de mortalidade. Já os pacientes que iniciaram a suplementação dentro de 14 dias após o IM apresentaram uma redução de 40% na mortalidade, indicando que a suplementação deve ser iniciada o mais cedo possível. O impacto sobre os resultados foi semelhante em pacientes com e sem diabetes tipo 2 e independente de outras estratégias de prevenção secundária após IM. A administração precoce de doses mais elevadas e duração da suplementação devem ser avaliadas em estudos posteriores”, concluem os autores.
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Referência (s)
Poole CD, Halcox JP, Jenkins-Jones S, Carr ES, Schifflers MG, Ray KK, Currie CJ. Omega-3 Fatty acids and mortality outcome in patients with and without type 2 diabetes after myocardial infarction: a retrospective, matched-cohort study. Clin Ther. 2013;35(1):40-51.