Alimentação pró-inflamatória estaria associada a maior risco de hipertensão em mulheres
Estudo avaliou a associação entre índice inflamatório da dieta e o risco de hipertensão e efeitos na modificação do IMC. Os participantes responderam questionários por e-mail a cada 2-3 anos com informações sobre estilo de vida, hábitos alimentares e doenças. Foram excluídas as voluntárias com hipertensão e doenças cardiovasculares. O questionário alimentar continha 208 itens e foi utilizado o índice inflamatório dietético (IID) adaptado de Woudenberg.
Fizeram parte do estudo 46652 mulheres com idade média de 50,1 anos e IMC médio de 22,3 kg/m². Dessas, 13183 apresentaram diagnostico de hipertensão arterial. A média do escore IID foi 0,44 (-24,8 a 12,2). As mulheres com IID maiores eram mais jovens, menos ativas, consumiam menos frutas e vegetais, menos fibras, e apresentavam menos obesidade, diabetes e dislipidemias. O IID mostrou alta correlação negativa com a ingestão de vegetais, fibras, frutas frescas e essa correlação foi ainda mais forte com o escore de dieta mediterrânea, uma correlação positiva fraca com a ingestão de açúcares, pão branco, sobremesas lácteas, queijos, batatas fritas, fast food, patês e salsichas também foi observada. O aumento do escore IID associou-se com o aumento do risco de hipertensão após ajuste pelo IMC (HR 1,07), apresentando uma relação de dose-resposta.
Dessa maneira os autores encontraram uma correlação positiva fraca entre o consumo de uma dieta rica em alimentos pró-inflamatórios e hipertensão arterial, especialmente em mulheres magras/saudáveis. Os alimentos que mais se associaram a dieta alta em IID foram açúcares, fast food e carnes processadas.
Referência
MacDonald C ey al. Dietary inflammatory index, risk of incident hypertension, and effect modification from BMI. Nutr J. 2020; 19: 62. Published online 2020 Jun 25.
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