Um estudo demonstrou que o consumo diário de 40 g de chocolate ao leite ou amargo, durante um período de duas semanas, parece ser uma forma eficaz de reduzir o estresse percebido em mulheres estudantes de medicina.
Trata-se de um estudo clínico controlado no qual 60 estudantes do segundo ano de medicina foram divididos em 3 grupos (10 homens + 10 mulheres por grupo) que consumiram, durante 2 semanas, 40 gramas por dia de chocolate amargo, chocolate ao leite e chocolate branco. Os alunos responderam um questionário de escala de estresse percebido (PSS-10) no início e após as duas semanas consumindo chocolate.
A PSS-10 é o instrumento mais utilizado para avaliar a percepção do estresse, tendo sido validada em mais de 20 países. Ela avalia a percepção do indivíduo sobre quão imprevisíveis e incontroláveis lhe parecem os eventos do cotidiano vividos no último mês. Essa ferramenta pode ser utilizada na população geral com nível de escolaridade equivalente ao ensino fundamental completo. Além proporcionar uma avaliação subjetiva do estresse, se destaca a brevidade do instrumento, o que favorece a sua aplicação em conjunto a outras medidas.
A comparação da média de escores de estresse dentro do mesmo grupo, antes e depois do consumo de chocolate, revelou uma diminuição significativa do estresse após as 2 semanas para os grupos que comeram chocolate amargo (p = 0,03) e chocolate ao leite (t = 3,302; p = 0,004).
As médias de escore de estresse diminuíram, em média, cerca de 2 e 3 pontos nos grupos amargo e ao leite, respectivamente (IC = 95%). A diferença mais evidente e estatisticamente significativa foi encontrada nas estudantes do sexo feminino, em comparação com os estudantes do sexo masculino.
Os autores esclarecem que a diminuição no estresse não foi devido à natureza doce do chocolate, mas devido ao conteúdo do cacau, uma vez que o chocolate branco (que não contém cacau), não demonstrou o mesmo efeito sobre o estresse que os chocolates amargo e ao leite.
A ligação entre o estado de estresse oxidativo e o corpo humano está bem estabelecida. O estresse aumenta a peroxidação lipídica e promove um desequilíbrio na atividade de enzimas antioxidantes. “Há uma forte possibilidade de que o consumo de chocolate, alimento rico em antioxidantes fenólicos, possa ter agido através de uma modulação do estado oxidativo, que é o reforço endógeno da defesa antioxidante, e subsequente redução do estresse oxidativo”, afirmam os autores.
Referência (s)
Al Sunni A, Latif R. Effects of chocolate intake on Perceived Stress; a Controlled Clinical Study. Int J Health Sci (Qassim). 2014; 8(4):393-401.