Um estudopublicado no New England Journal ofMedicine demonstrou que aderir a um estilo de vida saudável pode reduzirparcialmente o risco genético de doença arterial coronariana.
Kathiresan ecolaboradores quantificaram o risco genético de doença arterial coronariana emcerca de 60.000 participantes em três coortes prospectivas e em uma coortetransversal. A partir da avaliação inicial de sequenciamento genético, essaspessoas foram classificadas em categorias de risco genético: alto, intermediárioe baixo.
Eles tambémdesenvolveram um sistema de pontuação de estilo de vida baseado em quatrofatores: atualmente não ser tabagista, ausência de obesidade, atividade físicaregular e dieta saudável. Os participantes com três ou mais desses fatoresforam categorizados como tendo um estilo de vida favorável, participantes comdois fatores como tendo estilo de vida intermediário, e os participantes com umou nenhum dos fatores como tendo um estilo de vida desfavorável.
Osresultados demonstraram que o risco relativo de novos eventos coronarianos foi91% maior entre os participantes com maior risco genético do que aqueles commenor risco genético (hazard ratio, HR, 1,91; IC de 95% 1,75-2,09).
No entanto,eles também observaram que cada um dos fatores de estilo de vida saudávelestava associado a uma diminuição do risco de eventos coronarianos: atualmentenão ser tabagista (HR 0,56, IC de 95%, 0,47-0,66), ausência de obesidade (HR0,66, IC de 95%, 0,58-0,76), atividade física regular (HR 0,88, IC de 95%,0,80-0,97) e dieta saudável (HR 0,91, IC de 95%, 0,83-0,99).
Ospesquisadores observaram que os fatores de estilo de vida são fortes preditoresde eventos coronarianos em cada categoria de risco genético. Um estilo de vidafavorável, comparado com desfavorável, esteve associado a um risco relativo 45%menor entre os participantes com baixo risco genético, 47% menor entre aspessoas com risco genético intermediário e 46% menor entre aqueles com alto riscogenético.
“Este estudotraz uma importante mensagem de saúde pública: o estilo de vida ainda importamesmo em pessoas com alto risco genético”, concluem os autores. “Muitospacientes com importante história familiar de eventos cardíacos sentem queestão condenados a ter o problema, que não têm o controle. Nossos dados sãotranquilizadores ao demonstrarem que, mesmo com um alto risco familiar, pode-seter controle sobre a própria saúde”, afirmam.
Referência
Khera
AV, Emdin CA, Drake I, Natarajan P, Bick AG, Cook NR, et al. Genetic Risk,
Adherence to a Healthy Lifestyle, and Coronary Disease. N Engl J Med. 2016;
375(24):2349-2358.