ENTERAL PRECOCE DIMINUI COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: Wania Queiroz de Souza Castanho

Co-autores: Ira Soraya Corrêa de Arruda

O manejo nutricional de pacientes hospitalizados é sempre um desafio para a terapia nutricional. O trato gastrintestinal alimentado precocemente só traz benefícios ao paciente grave, reduzindo os índices de mortalidade, melhorando a função imune, preservando a mucosa intestinal e diminuindo a possibilidade de complicações infecciosas. O objetivo deste estudo foi investigar se a enteral precoce reduz o número de complicações gastrintestinais em pacientes hospitalizados. MÉTODO – estudo clínico, prospectivo, observacional e analítico. Foram incluídos no estudo 44 pacientes de ambos os sexos candidatos à terapia nutricional enteral, internados no Hospital Universitário Júlio Muller – Cuiabá – MT. Os pacientes que não receberam dieta enteral por mais de 05 dias ou que fizeram uso de terapia oral ou parenteral associada, foram excluídos. Foram ainda excluídos menores de 18 anos e gestantes. Os pacientes foram acompanhados desde o momento do início da terapia enteral até a alta ou suspensão da dieta. Foram feitas avaliações antropométricas (peso, estatura, IMC) e bioquímicas (hemograma, proteínas totais e frações e glicose) no início (fase I) e no término (fase II) do estudo, apenas repetiu-se as dosagens bioquímicas. As variáveis estudadas foram: tempo para início da dieta enteral (dividiu-se em três categorias: antes de 24 horas – categoria A, entre 25 e 48 horas – categoria B e mais de 48 horas – categoria C) e complicações gastrintestinais (diarréia, distensão abdominal, vômitos, saída de cateter e aspiração). RESULTADOS: Na amostra estudada (N=44) a idade média foi de 54 anos ± 20, sendo 52,3% do sexo feminino (n = 23) e 47,7% (n=21) do sexo masculino. A média de IMC foi de 22,2kg/m2. Na comparação entre as duas fases do estudo, apenas a hemoglobina e hematócrito apresentaram diferenças estatísticas com p=0,04 e 0,004, respectivamente. Na amostra 72,7% (n=32) apresentaram alguma complicação gastrintestinal durante o estudo e 27,3 (n=12) não tiveram complicações. Entre as complicações, a diarréia foi a mais freqüente atingindo 43,2% (n= 19) da população. As incidências de complicações gastrintestinais ficaram assim distribuídas: distensão abdominal – 38,6% (n=17), vômitos – 13,6% (n=6), saídas de cateter – 27,3% (n= 12), broncoaspiração – 4,5% (n=2). A incidência de complicações foi menor no grupo que a dieta enteral foi iniciada até 24 horas após a internação (p= 0,007), quando comparada com as demais categorias (B e C). Quando se comparou o grupo que recebeu a dieta entre 25 e 48 horas (categoria B) com aqueles que iniciaram a dieta após 48 horas (categoria C), a incidência de complicações foi similar não havendo diferenças estatísticas. CONCLUSÃO: Na amostra estudada pode-se concluir que a incidência de complicações gastrintestinais foi menor no grupo de pacientes que receberam dieta enteral precoce.

Unitermos: enteral precoce, complicações.

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