PERFIL NUTRICIONAL DOS PACIENTES ADULTOS INTERNADOS NO HOSPITAL DO TRABALHADOR –CURITIBA-PR

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: Chika Fukui

Co-autores: Ivone Mayumi Ikeda Morimoto; Silvana Maria Seleme; Ana Paula Silva; Schirley Andreia Henzel Mochi.

Instituição: Hospital do trabalhador. Curitiba – Pr

Introdução: A desnutrição pode gerar ao paciente maior sofrimento devido a suas complicações, como períodos mais longos de internação, cicatrização deficiente e maior risco de infecção (Waitzberg et al., 1999), enquanto a obesidade, caracterizada por um acúmulo excessivo de tecido adiposo corporal, constitui fator de risco para hipertensão arterial, diabetes, problemas cardiovasculares e complicações pós-operatórias como infecção da incisão cirúrgica e deiscência da sutura (Fandiño et al., 2004). O Hospital do Trabalhador possui 175 leitos e atende exclusivamente ao Sistema Único de Saúde, nas clínicas de Traumatologia e Infectologia, além de contar com serviços de Maternidade e Pediatria.

Objetivo: Traçar o perfil nutricional dos pacientes adultos internados no ano de 2004 no Hospital do Trabalhador em Curitiba-PR, utilizando Avaliação Subjetiva Global (SGA) e Índice de Massa Corporal (IMC).

Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo baseado nos dados coletados pelo Serviço de Nutrição Clínica. A SGA seguiu metodologia e classificação propostas por Detsky et al.(1997). O IMC foi classificado de acordo com o critério estabelecido pela OMS (1999). Foram excluídos da pesquisa pacientes internados na Maternidade, Pediatria e na Unidade de Terapia Intensiva. A análise estatística foi realizada por meio do teste qui-quadrado (p<0,05). O tamanho da amostra foi calculado estipulando-se o nível de 99% de confiabilidade, erro amostral de 5% e estimativa de prevalência de 48% de desnutrição (IBRANUTRI, 1999).

Resultados: Foram analisados 654 pacientes com a média de idade de 29,8± 17,2anos, sendo 17,43% mulheres e 82,57% homens. A média do IMC na ortopedia foi 23,2 ± 4,6kg/m_, cirurgia geral 23 ± 5kg/m_, infectologia 19 ± 3,15kg/m_ e neurologia 22,3 ± 3,55kg/m_. O IMC= 25kg/m_ (sobrepeso e obesidade) ocorreu em 26,8% da amostra. A SGA resultou em 76,4% de pacientes eutróficos, 19,3% em desnutrição leve/moderada e desnutrição grave em 4%. A maior freqüência de desnutridos tanto segundo IMC (40,9%) quanto segundo SGA (82%) foi associada à Clínica de Infectologia que interna pacientes com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e Tuberculose, assim como ao setor de Neurologia (p=0). A maior freqüência de eutrofia, sobrepeso e obesidade segundo o IMC foram associados às clínicas de Ortopedia e Cirurgia (p=0,01).

Conclusão: A SGA aponta níveis desnutrição inferiores aos registrados por ocasião do IBRANUTRI (1999) e do estudo realizado por Mello et al. (2003) que encontrou 51,4%. Pacientes das clínicas de Infectologia e Neurologia caracterizam-se por serem portadores de doenças crônicas, motivo pelo qual internam com algum grau de desnutrição, enquanto pacientes do setor de Ortopedia e Cirurgia são provenientes do Pronto Socorro devido trauma, apresentando-se eutróficos, com sobrepeso ou obesidade por ocasião da admissão.

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