Microbiota pode estar relacionada ao “efeito sanfona” após dietas

Postado em 2 de dezembro de 2016 | Autor: Alweyd Tesser

Em estudo publicado na revista Nature, demonstrou, que a microbiota intestinal desempenha um papelinesperadamente importante no reganho de peso pós-dieta, e que isso poderia serevitado, ou tratado, alterando a composição ou a função do microbioma.

O estudo foi realizado por pesquisadores do Weizmann Institute of Science, quedescobriram que, após um ciclo de ganhar e perder peso, todos os sistemas docorpo dos ratos estavam totalmente revertidos para o normal – exceto omicrobioma. Durante cerca de seis meses após a perda de peso, ratinhospós-obesos mantiveram uma microbiota anormal.

O que acontece, segundo os pesquisadores, é que oscamundongos obesos, depois de uma dieta bem-sucedida, e perda de peso, retémuma “memória do microbioma” da obesidade anterior, o que leva arecuperação do peso quando os ratos foram colocados de volta em uma dieta dealto teor calórico ou comeram alimentos regulares em quantidades excessivas.

Além disso, ao combinar abordagens genômicas emetabólicas, os autores identificaram duas moléculas que impulsionaram oimpacto do microbioma na recuperação do peso. Tratam-se de flavonoides, que sãorapidamente degradados pelo microbioma “pós-dieta”, de modo que osníveis dessas moléculas em ratos pós-dieta são significativamente menores quenaqueles em ratos sem história de obesidade. Os pesquisadores descobriram que,em circunstâncias normais, esses dois flavonoides promovem o gasto de energiadurante o metabolismo de gordura. Portanto, níveis baixos desses flavonoides nociclo de peso impediram esta liberação de energia derivada de gordura, fazendocom que os ratos pós-dieta acumulassem gordura extra quando devolvidos a umadieta de alto teor calórico.

Dessa forma, os autores usaram uma abordagem aplicável emseres humanos: adicionaram flavonoides à água de ratos pós-dieta, o que elevou osníveis de flavonoides, e, portanto, o gasto de energia dos animais, de voltaaos níveis normais. Como resultado, mesmo no retorno a uma dieta de alto teorcalórico, os ratos não experimentaram ganho de peso acelerado.

“Ao contrário dos probióticos, não estamos introduzindoos micro-organismos propriamente ditos, mas substâncias afetadas pelomicrobioma, o que pode se revelar mais seguro e mais eficaz”, afirmam osautores.

“Se os resultados de nossos estudos em ratos fossemaplicáveis a seres humanos, eles poderiam ajudar a diagnosticar e tratar aobesidade recorrente, o que poderia ajudar a aliviar a epidemia deobesidade”, concluem.

Referência

Thaiss
CA, Itav S, Rothschild D, Meijer M, Levy M, Moresi C, et al. Persistent
microbiome alterations modulate the rate of post-dieting weight regain. Nature;
2016. [Epub ahead of print].

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