O Ministério da Saúde lançou uma portaria, em 19 de março de 2013, que cria uma linha de cuidados para prevenção e tratamento do sobrepeso e da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). O documento define como será o cuidado, desde a orientação e apoio à mudança de hábitos de vida até os critérios para a realização da cirurgia bariátrica.
Segundo uma pesquisa realizada na Universidade de Brasília, o SUS gasta anualmente R$ 488 milhões com o tratamento de doenças associadas à obesidade e os custos com o tratamento da obesidade grave atingem R$ 116 milhões.
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revela que “este é o momento de o Brasil agir em todas as áreas, desde a prevenção até o tratamento dessas doenças, atuando com todas as faixas etárias e classes sociais”. Neste sentido, a nova portaria prevê atividades desde a atenção básica para o cuidado do excesso de peso e outros fatores de risco que estão associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados.
O indivíduo que estiver com sobrepeso (índice de massa corporal [IMC] ≥ 25 kg/m2) deverá ser encaminhado a um polo da Academia da Saúde para a realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações sobre alimentação saudável. De acordo com dados do Ministério da Saúde, atualmente, 82,1% dos NASFs possuem nutricionistas, 85,7% possuem psicólogos e 61,6% contam com a presença de professores de educação física. A evolução do tratamento deverá ser acompanhada por uma Unidade Básica de Saúde (UBS), presente em todos os municípios brasileiros.
Foram criados também novos critérios para a realização da cirurgia bariátrica, que reduz de 18 para 16 anos a idade mínima para realizar o procedimento, em casos em que há risco ao paciente. Essa decisão tomou como base os estudos que apontam o aumento crescente da obesidade entre os adolescentes brasileiros. Para a realização da cirurgia, o adolescente deverá passar por análise da idade óssea e avaliação criteriosa do risco-benefício, realizada por uma equipe multiprofissional com participação de dois profissionais médicos especialistas na área. A idade máxima (65 anos) para a realização da cirurgia bariátrica também foi alterada, sendo o que vai determinar a indicação do procedimento não será a idade, mas a avaliação clínica (risco-benefício), podendo ultrapassar o limite atualmente estabelecido.
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Referência (s)
Ministério da Saúde. Doenças ligadas à obesidade custam R$ 500 bilhões. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/9905/162/doencas-associadas-a-obesidade-custam-meio-bilhao-de-reais.html. Acessado em 19/03/2013