O quociente respiratório (QR) quantifica a utilizaçãode substratos energéticos, carboidrato, proteína e lipídeos, na produção deenergia, permitindo a adequação da terapia nutricional do paciente de formamais precisa. É realizado através da calorimetria indireta (CI), método queestima o gasto energético a partir das trocas dos gases (CO2 e O2)nos pulmões.
Para medir o QR, considera-se o número demoléculas de dióxido de carbono (VCO2) produzidas por molécula deoxigênio (VO2) consumidas (VCO2/VO2), essarazão varia de 0,7 a 1,0 e pode ser interpretada como mostra a tabela abaixo:
Diferentes valores de quociente respiratório nometabolismo de macronutrientes
Valor de QR | Interpretação do resultado | Conduta |
> 1,0 | Superalimentação | Reduzir calorias totais |
0,90 a 1,00 | Oxidação de carboidrato | Reduzir carboidratos ou aumentar lipídios |
0,80 a 0,90 | Oxidação de lipídios, carboidratos e proteínas | Alimentação equilibrada |
0,70 a 0,80 | Oxidação de lipídios e proteínas | Aumentar calorias totais |
Fonte: Silva et al, 2018.
O QR pode ser chamado de não-protéico (QRnp)- participação dos carboidratos e lipídios no VCO2 e VO2,e quociente respiratório protéico (QRp), que representa a participação dasproteínas. O QRp é determinado por meio da taxa de excreção diária donitrogênio na urina (nitrogênio urinário de 24 horas).
Os resultados de QR são influenciados peladieta de aproximadamente quatro dias e valores entre 0,80 e 0,90 representamindivíduos com alimentação saudável, sendo possível monitorar, por exemplo, oexcesso de oferta calórica e/ou substrato em situações clínicas que indicamdietas hipocalórica.
Referências:
FULLMER, Susan et al. Evidence Analysis Library Review
of Best Practices for Performing Indirect Calorimetry in Healthy and
Non–Critically Ill Individuals. Journal Of The Academy Of Nutrition And Dietetics,
[s.l.], v. 115, n. 9, p.1417-1446, set. 2015. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jand.2015.04.003.
Silva SRJ et al.. Gasto
Energético. In: Waitzberg DL. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática
Clínica. São Paulo; Atheneu, 2018. p.315-326.