Baixo consumo de alimentos fonte pode justificar a suplementação
Ômega-3 (ω-3) é considerado um ácido graxo essencial, poli-insaturado, que pode ser encontrado em alimentos de origem animal e vegetal. Entre os vários tipos de ω-3, os mais conhecidos são o ácido alfalinolênico (ALA), encontrado em sementes (castanha-do-Brasil, castanha-de-caju, chia, linhaça, avelãs, nozes e amêndoas) e óleos vegetais, ácido eicosapentaenoico (EPA), ácido docosapentaenoico (DPA) e ácido decosa-hexaenoico (DHA), estes encontrados em peixes e algas.
Os primeiros indícios de benefícios do ω-3 foram observados na década de 1970, quando pesquisadores identificaram que esquimós consumiam grande quantidade de peixes e apresentavam menor ocorrência de doenças cardiovascular. Desde então, além da saúde cardiovascular, o consumo de ω-3 tem sido associado inversamente com diabetes, artrite, câncer, doenças neurodegenerativas e psiquiátricas.
Embora não existam recomendações de ingestão diária (DRI) para ω-3, sabe-se que os benefícios dependem da frequência de ingestão, forma química e quantidade consumida. Estudos que avaliam os efeitos sobre a saúde cardiovascular observam que o consumo de 840g de EPA/DHA a 4g de EPA resultou em um risco reduzido para ataques cardíacos e eventos totais de doença coronariana. Neste sentido, a American Heart Association recomenda o uso de suplementação de 4g/dia de ω-3 para prevenir eventos cardiovasculares em paciente com hipertrigliceridemia. Além disso, o consumo de duas porções de peixe/frutos de mar por semana parece ter efeito benéfico na prevenção primária de eventos cardiovasculares. Dados de uma metanálise realizada por Lion e colaboradores, concluiu que ω-3 com ≥ 60% de EPA, em uma dose de ≤1 g/d teriam efeitos benéficos na depressão. Embora grande parte dos estudos avalie doses parecidas com as mencionadas, mais estudos são necessários para identificar a dose que resulte em benefícios em outras situações clínicas.
Referências
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