Os probióticos podem agir beneficamente em toda a extensão do trato gastrintestinal?

Postado em 11 de maio de 2016 | Autor: Tatiana Olivato Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

Sim. O consumo de probióticos aumenta a resistência e até mesmo elimina os microorganismos potencialmente patogênicos.

 

A microbiota intestinal humana é estéril no nascimento e vai se modificando durante a infância, tornando-se mais estável durante a vida adulta. Dessa forma, ela é responsável por proteger o hospedeiro da invasão de microorganismos patogênicos, agindo como uma barreira física e imunológica.

 

Kirjavainen e col. verificaram que a suplementação com Bifidobacterium lactis em fórmula infantil modificou a microbiota intestinal e melhorou os sintomas de eczema atópico em crianças na época do desmame.

 

Da mesma forma, por equilibrar a microbiota intestinal, os probióticos também têm sido usados no tratamento e prevenção de diarréias. Metanálise mostrou que crianças que receberam probióticos tiveram menor duração de diarréia aguda.

 

Presentes em todo o trato gastrintestinal, os probióticos têm preferências por locais de ação dependendo da espécie e cepa utilizadas. Os lactobacilos agem no íleo terminal e as bifidobactérias no cólon.

 

Outro benefício dos probióticos foi verificado em estudo prospectivo, randomizado e aberto. Pesquisadores verificaram que o consumo de iogurte contendo probiótico melhorou parâmetros relacionados com a evacuação intestinal em mulheres com constipação funcional. Os autores sugerem que a mudança na flora intestinal com o consumo de probióticos pode acelerar o trânsito intestinal no cólon por alterar a capacidade de absorção de água, melhorando o funcionamento intestinal.

 

A atuação dos probióticos também está sendo estudada na cavidade oral. Um estudo envolvendo crianças encontrou diminuição da ocorrência de cáries após consumo de leite contendo probiótico. Caglan e col. encontraram remissão de microrganismos causadores de cáries em voluntários que consumiram iogurte contendo Bifidobacterium animalis DN-173 010.

 

É necessário atentar para algumas situações que podem alterar a população de bactérias probióticas do intestino, como o uso de antibióticos, estresse ambiental e mudanças na alimentação, podendo prejudicar o equilíbrio da microbiota intestinal do hospedeiro.

 

 

 

Bibliografia

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Kirjavainen PV, Arvola T, Salminen SJ, Isolauri E. Aberrant composition of gut microbiota of allergic infants: a target of bifidobacterial therapy at weaning? Gut. 2002;51:51-55.

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Twetman S, Stecksén-Blicks C. Probiotics and oral health effects in children. Int J Paediatr Dent. 2008;18(1):3-10.

Caglar E, Sandalli N, Twetman S, Kavaloglu S, Ergeneli S, Selvi S. Effect of yogurt with Bifidobacterium DN-173 010 on salivary mutans streptococci and lactobacilli in young adults. Acta Odontol Scand. 2005;63(6):317-20.

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