O cromo é um mineral essencial que participa ativamente do metabolismo de carboidratos, atuando principalmente com a insulina, melhorando a tolerância à glicose. Por agir estimulando a sensibilidade à insulina, o cromo pode influenciar também no metabolismo proteico, promovendo maior estímulo da captação de aminoácidos e, consequentemente, aumentando a síntese proteica.
O cromo é um mineral que ocorre nas valências de –2 a +6, sendo as mais comuns +2 (Cr2+), +3 (Cr3+) e +6 (Cr6+) (5). Sua forma mais comum presente nos alimentos é o Cr3+. Dentre as fontes alimentares de cromo destacam-se oleaginosas, aspargo, cerveja, cogumelo, ameixa, cereais integrais, carnes, vísceras, leguminosas e vegetais.
Esse metal age sob a forma de um complexo orgânico de baixo peso molecular denominado “fator de tolerância à glicose” (GTF), formado por Cr3+, ácido nicotínico, glicina, cisteína e ácido glutâmico.
Sobre a descrição dos mecanismos pelos quais o cromo age, se propôs que esse mineral aumenta a fluidez da membrana celular para facilitar a ligação da insulina com seu receptor e que o GTF funciona como um carreador de cromo para proteínas celulares deficientes em cromo. Mais recentemente, o cromo foi caracterizado como componente participante do mecanismo de amplificação da sinalização celular de insulina, ou seja, um fator colaborador do aumento da sensibilidade de receptores insulínicos na membrana plasmática.
A ação do cromo parece não se resumir à participação coadjuvante com a insulina. Apesar de não ter sido identificada nenhuma enzima dependente de cromo, este mineral parece inibir a enzima hepática hidroximetilglutaril-CoA-redutase, diminuindo a concentração plasmática de colesterol. Também é atribuído ao cromo um efeito lipolítico que, somado a seus possíveis efeitos anabólicos, estimula principalmente o público esportista ao uso do cromo como suplemento na dieta para obtenção de efeitos desejáveis sobre a composição corporal.
A ingestão diária e segura de cromo em adultos está estimada entre 50 e 200 µg/dia e, apesar de ser considerado um elemento essencial, não existe uma ingestão dietética recomendada (RDA) específica para o cromo. Contudo, a publicação das ingestões dietéticas de referência (DRI) trouxe um valor de ingestão adequada (AI) para este mineral de 25 e 35µg/ dia para mulheres e homens adultos, respectivamente. Contudo, ainda não foi definido nenhum limite superior tolerável de ingestão (UL), ou seja, o valor mais alto de ingestão diária continuada de um nutriente que aparentemente não oferece nenhum efeito adverso à saúde em quase todos os indivíduos de um estágio de vida ou gênero.
Bibliografia
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