Qual a relação entre disbiose intestinal e doenças crônicas não transmissíveis?

Postado em 8 de julho de 2017 | Autor: Alweyd Tesser

A disbiose intestinal é caracterizada por alteração na microbiota intestinal, em que há predomínio das bactérias patogênicas sobre as benéficas. Esse desequilíbrio decorrente da disbiose leva à alteração na mucosa intestinal, que, por sua vez, reflete em aumento da permeabilidade intestinal e diminuição da seletividade na absorção de toxinas, bactérias, proteínas ou peptídeos, contribuindo para inflamação local e sistêmica. E, frente a isso, os probióticos, prebióticos e a combinação de ambos, os simbióticos, vêm ganhando notoriedade no campo científico, por prevenirem as disbioses intestinais e apresentarem ações eficazes na prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Em um estudo de revisão conduzido em 2012 por Nagpal e colaboradores, dados demonstraram efeitos sinérgicos positivos de prebióticos e probióticos sobre a obesidade e diabetes mellitus(DM) tipo 2, isso porque, essas DCNT são caracterizadas por microbiota intestinal alterada, inflamação e perturbação da barreira intestinal.

Em estudo duplo-cego, randomizado realizado por Andreasene colaboradores (2010) com 45 com DM tipo 2, após receberem suplementação de L. acidophilusdurante 4 semanas, observou-se diminuição na resistência à insulina e a marcadores inflamatórios, importantes ações para o tratamento da doença. Mais recentemente outras pesquisas mostraram que o consumo de cepas específicas de lactobacilos e bifidobactérias melhoraram a progressão da obesidade e da diabetes, sugerindo que a modulação probiótica, mediada pela flora intestinal,pode ser fator preventivo e coadjuvante no tratamento.

Já o consumo de prebióticos, além dos seus efeitos sobre a diminuição da absorção de colesterol, contribui para o equilíbrio da flora intestinal e controle da glicemia.

Portanto, levando em consideração os aspectosmencionados, faz-se necessário o consumo de prebióticos e probióticos de forma preventiva às DCNT. Todavia, para potencial efeitos benéficos desses, o consumodeve estar associado a uma alimentação equilibrada e a hábitos de vida saudáveis.

Bibliografia

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