Quando está indicada a terapia nutricional parenteral intradialítica?

Postado em 5 de julho de 2011 | Autor: Rita de Cássia Borges de Castro

A nutrição parenteral intradialítica (NPID) está indicada, segundo as diretrizes da ESPEN (European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), em pacientes desnutridos que não podem utilizar o trato gastrointestinal para a nutrição enteral (NE), ou quando a NE não é suficiente para atingir as recomendações de ingestão dos nutrientes.

A NPID é a utilização da solução de nutrição parenteral durante a hemodiálise (HD). De acordo com as diretrizes da ESPEN, os critérios de desnutrição para estes pacientes são:

* IMC (índice de massa corporal) inferior a 20 kg/m2;
* Perda de peso corporal superior a 10% em seis meses;
* Albumina sérica inferior a 35 g/l;
* Transtiretina (pré-albumina) < 300 mg/l.

A desnutrição energético-proteica é altamente prevalente nos estágios 4 e 5 da doença renal crônica, particularmente nos pacientes em HD, em que muitos desses indicadores de desnutrição se correlacionam fortemente com a mortalidade.

Estudos prospectivos, randomizados e controlados, mostram que a NPID melhora o estado nutricional, especialmente em pacientes ambulatoriais, quando o aconselhamento nutricional oral e o uso de suplementos nutricionais não são bem sucedidos.

A NPID pode fornecer 800 a 1200 kcal três vezes por semana, na forma de glicose, emulsão lipídica e 30 a 60 g de proteína. A NPID oferece vantagens potenciais que incluem a fácil administração através do acesso vascular preexistente, regulação imediata de conteúdo nutricional, prevenção da perda de aminoácidos e vitaminas hidrossolúveis durante a hemodiálise. Além disso, é uma maneira conveniente de suplementar nutrientes sem interferir nas atividades diárias do paciente.

Muitos estudos têm confirmado a eficácia e a segurança da NPID. No entanto, a maioria dos estudos tem limitações no delineamento experimental, como o pequeno número de pacientes e a falta de grupos controle adequados.

Portanto, a NPID representa um passo lógico para aqueles pacientes que não toleram ou que não possam receber a nutrição enteral. Entretanto, a NPID por si só não representa uma terapia nutricional completa, por não atender as demandas nutricionais plenas diariamente. Assim, embora a NPID possa satisfazer parcialmente as necessidades nutricionais de pacientes desnutridos em HD, são necessários estudos clínicos de alta qualidade para, definitivamente, avaliar a eficácia clínica e indicações da NPID.

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Bibliografia

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