Uma em cada cinco meninas brasileiras com idade de 13 a 15 anos se considera gorda ou muito gorda. O dado faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, do total de estudantes do 9º ano, 25,6% tinham desejo de emagrecer. Apesar de 21,8% das meninas se considerarem gordas ou muito gordas, o desejo de perder peso atingia 30,3% das estudantes.
A região Sul apresentou a proporção mais elevada de alunas do 9º ano que queriam emagrecer (36,6%) sendo que, dentre as unidades da federação, o maior percentual encontrava-se no Rio Grande do Sul (39,2%). Enquanto 11,6% dos meninos se sentiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o próprio corpo, o dobro das meninas tinha o mesmo sentimento (23,3%).
A pesquisa mostra que, em 2015, cerca de 7% dos estudantes do 9º ano (184,2 mil) haviam induzido o vômito ou tomado laxantes nos últimos 30 dias, como meio de emagrecer ou de evitar ganhar peso. Entre os meninos esta proporção era de 6,5% e entre as meninas, de 7,5%. Esta tendência se inverte em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, especialmente no Maranhão, onde a proporção de meninos era de 10,2% e a das meninas, 7,3%. Nas escolas públicas, 7,2% dos alunos utilizaram-se deste método para perder ou manter o peso, proporção um pouco superior à das escolas privadas (5,9%).
A atitude de ingerir medicamentos, fórmulas ou algum produto para perder peso, sem acompanhamento médico, foi mais comum entre os meninos (6,8%) do que entre as meninas (5,2%). O Tocantins mostrou a maior diferença, com 10,7% dos meninos e 5,2% das meninas utilizando este procedimento.
Se a intenção é ganhar peso ou massa muscular, aumenta a diferença entre meninos (8,6%) e meninas (5,6%) que fazem uso de medicamento, fórmula ou outro produto. Tocantins deteve a maior proporção de meninos que recorreu a este recurso (14,2%).
As maiores proporções de estudantes que tentaram perder peso corporal foram encontradas entre as meninas, atingindo, respectivamente, 30,2% e 32,6% nos grupos de 13 a 15 anos e 16 e 17 anos (contra 21,3% e 17,6% entre os meninos).
Entre os meninos, foram encontrados os maiores percentuais de escolares que tentaram ganhar peso ou massa corporal: 17,9% entre 13 e 15 anos e 22,6% na faixa de 16 e 17 anos, frente a 13,6% e 16,7% para as meninas nas respectivas faixas etárias.
Mais de 70% dos adolescentes de 13 a 17 anos sentiam-se satisfeito ou muito satisfeito com o próprio corpo (70,2%), variando o percentual desde 66,6%, no grupo de 16 e 17 anos, até 72,4% nos estudantes de 13 a 15 anos. As proporções eram menores entre as meninas (61,1% e 66,5%, respectivamente) quando comparadas aos meninos (72,3% e 78,1%), em ambas as faixas etárias.
Cerca de 23,7% dos estudantes entre 13 e 17 anos tinham sobrepeso (15,9%) ou obesidade (7,8%) em 2015, o que correspondia a um total aproximado de 3,1 milhões de jovens. No total da população, 8,3% dos meninos e 7,3% das meninas foram considerados obesos.
O excesso de peso foi mais frequente para o grupo de escolares com idade entre 13 a 15 anos (25,1%) do que entre aqueles com 16 e 17 anos (21,4%). O excesso de peso ficou mais elevado entre os estudantes de 13 a 17 anos, das escolas privadas (28,4% contra 23% nas escolas públicas). O mesmo ocorreu em relação à obesidade, com frequência de 9,3% para adolescentes de escolas privadas e 7,6% de escolas públicas.
Referência (s)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf. Acessado em: 28/09/2016.