Fibras e água são elementos essenciais na dieta de quem quer melhorar a constipação
A prisão de ventre ou constipação é um problema intestinal que dificulta a eliminação das fezes. Ela geralmente é ocasionada pela baixa ingestão de fibras e água na dieta, as fibras são nutrientes que o nosso corpo não consegue digerir, ou seja, passam praticamente intactas pelo trato gastrointestinal.
No entanto, mesmo não digerindo as fibras, elas são essenciais para a saúde porque auxiliam na formação das fezes, oferecendo maior consistência ao bolo fecal para um trânsito intestinal adequado. Elas ainda servem de alimento para as bactérias boas que habitam nosso intestino, contribuindo para o bom funcionamento do órgão e para a imunidade, já que o intestino tem uma importante relação com o sistema imunológico.
A água, por sua vez, faz com que as fezes não fiquem em consistência tão firme, evitando dores na hora de evacuar. Além da água e das fibras, outro fator valioso para evitar a prisão de ventre é a atividade física, o movimento do corpo nos exercícios contribui com a motilidade ou trânsito intestinal.
Considerando que a dieta garante a ingestão de fibras e também de água, ela exerce um papel importante na constipação. Tanto é, que existem várias sugestões que escutamos por aí do que comer para melhorar a prisão de ventre, mas nem todas essas orientações são pautadas em ciência e não passam de mitos sobre alimentação.
Então, convidamos você a descobrir o que é mito e o que é verdade quando o assunto é alimentação e prisão de ventre!
Conteúdo
Ameixa funciona contra a prisão de ventre
Verdade. A ameixa seca geralmente é utilizada em ambiente hospitalar para melhorar a constipação dos pacientes internados.
Além de ser rica em fibras, a fruta contém sorbitol, uma molécula de açúcar encontrada naturalmente em diversas frutas que, segundo estudos, tem propriedades laxativas.
Kiwi piora a constipação
Mito. Talvez essa fruta não seja tão popular na sua região, ela é originária do sul da China e atualmente é produzida principalmente nos estados do sul do Brasil.
A fruta de casca peluda é rica em vitamina C, ácido fólico, potássio, vitamina E e fibras, mas seu potencial laxativo encontra-se na actinidina, uma enzima que melhora a digestão de proteínas e diminui o tempo de trânsito gastrointestinal, contribuindo com o alívio da prisão de ventre.
Fórmula infantil pode causar constipação
Verdade. Além dos adultos, bebês e crianças também podem sofrer com a prisão de ventre. A mudança da amamentação para o uso de fórmula infantil é relatada em estudos como causa dos sintomas da constipação.
Isso se deve a algumas substâncias das fórmulas infantis como o óleo de palma que é utilizado para se assemelhar à gordura do leite materno e acaba promovendo fezes mais firmes. Para evitar esse problema, fórmulas sem óleo de palma ou com suplementação de fibras podem ajudar.
Mamão não ajuda na prisão de ventre
Mito. Esse é um dos alimentos mais indicados na prisão de ventre e esse conhecimento popular não está errado.
Além de vitaminas e fibras, assim como o kiwi, o mamão contém um conjunto de enzimas capazes de degradar proteínas. A papaína do mamão contribui então, com a formação de fezes e facilita a evacuação.
Os pesquisadores afirmam que a dieta é a melhor forma de tratar a constipação, deixando os medicamentos e outros métodos em segundo plano. Se você sofre com prisão de ventre, reveja sua alimentação ou se já pratica uma dieta saudável, tente inserir os alimentos bons que apresentamos, a ameixa, o kiwi e o mamão, no seu dia a dia.
Gostou de saber essas curiosidades? Talvez você também se interesse por esses conteúdos:
- Gastrite, refluxo, úlcera estomacal: como deve ser a alimentação?
- Aveia é boa para o intestino? Confira 4 mitos e verdades sobre esse cereal
- O que é bom para a digestão?
Acompanhe o Nutritotal – Para Todos no Instagram para mais dicas de como cuidar da sua saúde!
*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências
Bellini, M.; Tonarelli, S.; Barracca, F.; Rettura, F.; Pancetti, A.; Ceccarelli, L.; Ricchiuti, A.; Costa, F.; de Bortoli, N.; Marchi, S.; Rossi, A. Chronic Constipation: Is a Nutritional Approach Reasonable? Nutrients 2021, 13, 3386. https://doi.org/10.3390/nu13103386
Ministério da Saúde. Constipação intestinal. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, 2007
Muhardi, L.; Delsing, D.J.M.; Zakharova, I.; Huysentruyt, K.; Chong, S.-Y.; Ng, R.T.; Darma, A.; Hegar, B.; Hasosah, M.; Toro-Monjaraz, E.; Cetinkaya, M.; Chow, C.-M.; Aw, M.M.; Kudla, U.; West, L.N.; Vandenplas, Y. Early-Life Gut Health Indicators and Reported Prevalence of Infant Functional Constipation by Healthcare Professionals. Nutrients 2023, 15, 298. https://doi.org/10.3390/nu15020298
Padial-Jaudenes, M.; Castanys-Munoz, E.; Ramirez, M.; Lasekan, J. Physiological Impact of Palm Olein or Palm Oil in Infant Formulas: A Review of Clinical Evidence. Nutrients 2020, 12, 3676. https://doi.org/10.3390/nu12123676
Vriesman, M.H., Koppen, I.J.N., Camilleri, M. et al. Management of functional constipation in children and adults. Nat Rev Gastroenterol Hepatol 17, 21–39 (2020). https://doi.org/10.1038/s41575-019-0222-y
Leia também
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.