Nutricionista alerta sobre hábitos que podem interferir na saúde do paciente com obesidade
Quando o excesso de peso chega ao diagnóstico de obesidade, a preocupação com a perda de peso merece outro olhar. Segundo dados de 2022, do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), a obesidade já atinge 6,7 milhões de adultos no Brasil e, por isso, é tão importante falar sobre os fatores de risco associados à ela.
Além da frustração estética que pode surgir com a obesidade e afetar questões psicológicas, há o risco de desenvolvimento de outras doenças devido ao excesso de peso. A nutricionista Gabrielle Carassini Costa, do Ganep Consultório, explica que:
“As complicações podem ser silenciosas e descobertas em achados de exames de rotina, mas vale ressaltar que o peso elevado já serve como alerta para procurar um médico e iniciar um tratamento contra obesidade.”
Conteúdo
Fatores de risco associados à obesidade
A obesidade é um estado inflamatório constante que predispõe a pessoa a diversas condições de saúde, como:
- Síndrome metabólica
- Diabetes tipo 2
- Pressão alta (hipertensão)
- Gordura no fígado (esteatose hepática)
- Doenças cardiovasculares
- Refluxo
- Doença da vesícula biliar (colelitíase)
- Artropatias
- Apneia do sono
- Hipoventilação
A síndrome metabólica é uma condição definida por alterações na pressão arterial, triglicérides elevado, baixo HDL (colesterol bom), glicose elevada e excesso de gordura abdominal, frequentemente encontrada na obesidade. A síndrome pode evoluir para diabetes e doenças cardiovasculares, por isso, estas também estão associadas à obesidade.
O refluxo é geralmente caracterizado por azia, regurgitação e dor no peito, e se trata de um problema no esfíncter esofágico que passa a não controlar adequadamente o retorno do que tem no estômago. O excesso de peso da obesidade pode impactar no funcionamento desse esfíncter e, caso não seja tratado, pode evoluir para esofagite.
A colelitíase, a famosa pedra na vesícula, pode ser causada por colesterol elevado que é um quadro comum na obesidade. As artropatias, como osteoartrite, têm chance de aparecerem na obesidade porque o excesso de peso pode causar defeitos no metabolismo da cartilagem, levando a danos nas articulações e ossos.
Pacientes com obesidade também podem apresentar muita gordura na região do pescoço, o que dificulta a passagem de ar durante o sono e é chamado de apneia do sono. Esse distúrbio pode causar ronco alto, maior sonolência durante o dia e aumenta o risco de hipertensão, arritmias cardíacas e síndrome metabólica.
A hipoventilação é um comprometimento respiratório que gera alteração no padrão de respiração, pode ocorrer na obesidade e ser secundário à apneia. E ainda, como vimos após a pandemia, ela pode aumentar o tempo de hospitalização do paciente que se contamina com o vírus da COVID-19. A nutricionista destaca que:
“Não podemos deixar de relatar que a obesidade também está relacionada ao surgimento de diversos tipos de câncer, principalmente de cólon e de mama.”
Como reduzir o risco das complicações associadas à obesidade
Mesmo com excesso de peso, o indivíduo pode estar saudável e sem nenhuma comorbidade, mas a nutricionista Gabrielle alerta que:
“Se o excesso de peso, a má alimentação e o sedentarismo se arrastarem durante muitos anos, esse quadro pode se inverter e no futuro as complicações associadas à obesidade podem aparecer. “
Por isso, o cuidado central sempre será focado nas mudanças alimentares e no estilo de vida.
Segundo Gabrielle, é importante manter um peso saudável, e para isso precisamos ter bons hábitos alimentares (alimentação equilibrada e saudável), praticar atividade física, ter um bom sono, ter saúde mental e psicológica (atividades anti-estresse).
Para conseguir essas mudanças, é necessário procurar ajuda profissional de nutricionistas, médicos, educadores físicos e psicólogos para alcançar um emagrecimento saudável, acompanhar resultados de exames clínicos e mudar a mentalidade do comer e do bem-estar.
A cirurgia bariátrica também é uma opção de reversão do quadro inflamatório da obesidade e de prevenção das suas possíveis complicações. Saiba quando ela é recomendada e confira outros conteúdos que podem ser do seu interesse:
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*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.
Referências
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Ferreira, A. P. de S., Szwarcwald, C. L., & Damacena, G. N.. (2019). Prevalência e fatores associados da obesidade na população brasileira: estudo com dados aferidos da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Revista Brasileira De Epidemiologia, 22(Rev. bras. epidemiol., 2019 22), e190024. https://doi.org/10.1590/1980-549720190024
Heindel JJ, Newbold R, Schug TT: Endocrine disruptors and obesity. Nat Rev Endocrinol 11 (11):653–661, 2015. doi: 10.1038/nrendo.2015.163
Krzysztoszek, Jana, Ida Laudanska-Krzeminska, and Michał Bronikowski. “Assessment of epidemiological obesity among adults in EU countries.” Annals of Agricultural and Environmental Medicine 26.2 (2019).
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