Grupo de pesquisadores lideradospor Campanha-Versiani realizou estudo clínico longitudinal, aberto, deintervenção, prospectivo a fim de…
A pesquisa comparou os efeitos no peso e no controle glicêmico de pacientes com as alças biliopancreática e alimentar com diferentes tamanhos
Sabemos que a obesidade e o diabetes são problemas de saúde pública em todo o mundo. A cirurgia bariátrica é nesse contexto uma forma de reduzir o peso dos pacientes de maneira rápida e efetiva, visto que a redução do tamanho do estômago reduz a retomada de hábitos alimentares excessivos.
Uma das técnicas bariátricas é o bypass gástrico em Y de Roux, uma cirurgia que além de reduzir o tamanho do estômago, desvia parte do intestino, o que aumenta a liberação de hormônios da saciedade, auxiliando também no controle de doenças como o diabetes. Essa cirurgia, no entanto, não define um comprimento ideal de ressecção das alças biliopancreática (ABP) e alimentar (AA), o que a torna controversa.
Atualmente, esses comprimentos são definidos com base no IMC, massa corporal e função das células das ilhotas do paciente. Mas, estudos têm mostrado que quanto maior o comprimento do membro de Roux, melhor a perda de peso após a cirurgia, principalmente em pacientes com IMC > 50 kg/m². E em pacientes com diabetes tipo 2, pesquisas apontam que com uma alça biliopancreática longa (200 cm) e uma alça alimentar curta (50 cm), o controle da diabetes é mais efetivo em pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m².
Utilizando essas informações, um estudo decidiu avaliar os efeitos do bypass gástrico em Y de Roux com dois comprimentos diferentes para as alças biliopancreática e alimentar, em pacientes chineses diabéticos do tipo 2. Para isso, a pesquisa selecionou 42 pacientes que foram operados com ABP – 50 cm e AA – 50 cm, e 45 pacientes com ABP – 100 cm e AA – 100 cm. Esses pacientes foram acompanhados por 5 anos e foram avaliados quanto à porcentagem de perda de peso, hemoglobina glicada e resistência à insulina.
Os pesquisadores encontraram uma taxa de remissão do diabetes superior nos pacientes que tiveram as alças biliopancreática e alimentar menos reduzidas (100 cm). Além disso, a porcentagem de perda de peso e a duração do diabetes também foi melhor nesses pacientes, não havendo diferenças significativas nas complicações cirúrgicas em ambos os grupos.
Com isso, a pesquisa concluiu que nos pacientes chineses diabéticos com IMC < 35 kg/m², a cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux apresenta melhor perda de peso e controle glicêmico quando as alças biliopancreática e alimentar são reduzidas até 100 cm cada.
Referência
Gao, X., Zhu, L., Wang, G. et al. Effect of Roux-en-Y Gastric Bypass with Different Lengths of Biliopancreatic and Alimentary Limbs for Patients with Type 2 Diabetes Mellitus and a BMI < 35 kg/m2: 5-Year Outcomes in Chinese Patients. OBES SURG (2021). https://doi.org/10.1007/s11695-021-05658-6
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal
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