Estudo demonstra que atualmente o consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais é baixo, sendo consequentemente insuficiente para alcançar as recomendações desses micronutrientes, e que a suplementação de multivitamínicos e minerais contribui para alcançar as necessidades estabelecidas sem ultrapassar o limite máximo (UL).
A partir dos dados do Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição norte-americano (NHANES) 2007-2008 e 2009-2010, os pesquisadores analisaram as contribuições do consumo de suplementos multivitamínicos e minerais (SMVM) na ingestão de micronutrientes. A amostra incluiu 16.444 participantes com idade maior que 4 anos, que responderam dois inquéritos alimentares de 24 horas. O primeiro foi coletado pessoalmente por entrevistadores treinados e o segundo foi concluído por telefone 3-10 dias depois, com o cuidado de não ser no mesmo dia da semana do anterior. As informações sobre a alimentação das crianças com idade inferior a 6 anos foram fornecidas pelos seus responsáveis e as crianças de 6-11 anos foram entrevistadas diretamente, com o acompanhamento de seus responsáveis.
As informações sobre o uso de SMVM foram coletadas no dia da primeira entrevista. Os participantes foram questionados detalhadamente sobre o consumo de suplementos, incluindo a frequência do consumo (número de dias que o produto foi utilizado nos últimos 30 dias), tempo de uso (há quantos dias, semanas, meses ou anos o produto foi utilizado) e a quantidade normalmente consumida por dia. Para determinar a ingestão habitual de micronutrientes a partir da dieta de consumidores ou não de SMVM, os pesquisadores utilizaram o método descrito pelo Instituto Nacional do Câncer. A ingestão de micronutrientes foi comparada com a recomendação das Dietary Reference Intakes (DRIs), que incluem ingestão adequada (AI), necessidade média estimada (EAR) e nível máximo de ingestão tolerável (UI).
Os resultados demonstram que 51% dos norte-americanos consumiram SMVM contendo, no mínimo, 9 micronutrientes. Grande parte dos participantes (com ou sem uso de SMVM) apresentou uma ingestão habitual de micronutrientes abaixo da recomendação para as vitaminas A (35%), C (31%), D (74%), e E (67%), bem como de cálcio (39%) e de magnésio (46%).
Aproximadamente 8% e 33% da população do estudo apresentou uma ingestão habitual que ultrapassou a AI para colina total e vitamina K, respectivamente. O uso de SMVM diminuiu a porcentagem da população que ficou abaixo da EAR ou AI para a maioria dos nutrientes avaliados e não afetou a quantidade de sódio, potássio, colina e fósforo.
Os efeitos positivos do SMVM em relação ao EAR foram mais pronunciados em adultos com idade superior a 19 anos.
Os autores concluem que a ingestão de micronutrientes somente a partir dos alimentos que compõem a dieta não está sendo suficiente, pois grande parte da população não consome habitualmente alimentos fonte desses nutrientes. No entanto, o uso de suplementos multivitamínicos e minerais contribui positivamente para alcançar as recomendações, sem exceder os limites máximos de ingestão e deve ser utilizado como estratégia nutricional na intenção de suprir as carências nutricionais.
Referência (s)
Wallace TC1, McBurney M, Fulgoni VL. Multivitamin / mineral supplement contribution to micronutrient intakes in the United States, 2007-2010. J Am Coll Nutr. 2014; 33(2):94-102