Associação entre exposição materna a inseticidas e autismo em crianças

Postado em 27 de agosto de 2018 | Autor: Marcella Gava

Estudo finlandês conduzido por Brownteve como objetivo avaliar os níveis maternos de poluentes orgânicos, presentesem pesticidas, e a associação com o autismo em crianças.

Amostras de sangue materno foramcoletadas entre o primeiro e segundo trimestre da gestação. O diagnóstico deautismo foi realizado por entrevista específica. Foram mensuradas no sanguematerno as quantidades de pesticida diclorodifeniltricloroetano (DDT) e de seusmetabólitos diclorodifenildicloroetileno(DDE) e Bifenilos policlorados (PCBs).

No período do estudo, ocorrerammais de um milhão de gestações. 1132 crianças foram diagnosticadas com autismo,sendo que 778 se enquadraram nos critérios de inclusão do trabalho.

Fatores como idade materna avançada,aumento do número de filhos, e histórico familiar de desordens psiquiátricas foramassociados à maior risco para autismo. Idade materna avançada, menor número defilhos, e maior nível socioeconômico foram associados à maiores níveis de PCBs eDDEs maternos.

A média da quantia DDE e PCBs mensuradanas mães de autistas foi, respectivamente, de 1,032 pg/mL e 1,022 pg/mL emcomparação a 811 pg/mL e 999 pg/mL nas mães de não autistas. O risco de autismoem meninos aumentou em 32% quando os níveis maternos de DDE estiveram no limitesuperior do percentil 75 (OR=1,32 ; p=0,03). Para filhas meninas, essacorrelação não foi observada. Não houve aumento de risco de autismo em relaçãoaos níveis de PCBs (OR=0,95 ; p=0,69).

Os autores concluíram queexposição materna a inseticidas está associada ao autismo entre os filhos, oque pode representar potenciais implicações para a prevenção ou fornecer melhorcompreensão sobre a fisiopatogenia da doença.

 

 Referência:

Brown AS, et al. Association of Maternal Insecticide
Levels With Autism in Offspring From a National Birth Cohort.
Am J Psychiatry. 2018 Aug 16.

 

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