Atividade física na adolescencia reduz risco de adenoma colorretal na vida adulta

Postado em 7 de outubro de 2019 | Autor: Marcella Gava

Essa redução pode chegar até 39% para o rico de desenvolvimento da doença

Estudo realizado por Rezende e colaboradores avaliou se altos níveis de atividade física durante a adolescência estariam associados a uma redução do risco de adenoma colorretal mais tardiamente. Para isso, eles utilizaram dados do estudo NHSII, contendo 116.608 participantes entre 25 e 42 anos em 1989 e que estão sendo acompanhadas bienalmente até os dias de hoje. Os participantes respondem questionários sobre estilo de vida e situações diagnosticadas, que contém informações sobre atividade física e intensidade, recordatórios alimentares, altura, peso, fatores de risco nos hábitos de vida (tabagismo, etilismo, uso contínuo de medicamentos…), diagnóstico e classificação de pólipos intestinais, entre outros.

Dentre as 28.250 mulheres incluídas no estudo, 2373 apresentaram diagnóstico de adenoma entre 1998 e 2011. Participantes com maiores níveis de atividade física durante a adolescência apresentaram menor adiposidade entre 5 e 20 anos e menor IMC aos 18 anos, entretanto, possuíam uma tendência a serem mais tabagistas e ingerirem mais calorias e carne vermelha durante a adolescência e vida adulta. Atividade física durante a adolescência apresentou associação inversa com o risco de adenoma, independentemente da atividade física na vida adulta (OR 0,89 para >72h de atividade física/semana em comparação a <21h). Os resultados mantiveram-se semelhantes após ajuste por atividade física e IMC na vida adulta e tempo de televisão na adolescência. Quando estratificado por localização do adenoma, atividade física na adolescência se associou a menor risco de adenoma proximal, mas não de retal ou distal. A associação inversa mais forte foi de mulheres alta atividade física na adolescência e na vida adulta (OR 0,76). Comparando indivíduos com alta atividade física tanto na adolescência quanto na vida adulta com indivíduos com baixa atividade física tanto na adolescência quanto na vida adulta, os primeiros apresentaram um risco 39% menor de desenvolver adenoma avançado.

Assim, os autores concluíram que existe uma associação inversa entre atividade física na adolescência e risco de adenoma colorretal em mulheres, e participantes com altos níveis de atividade física tanto na adolescencia quanto na vida adulta apresentam os menores riscos de adenoma colorretal.

Referência:

Rezende LFM et al. Physical activity during adolescence and risk of colorectal adenoma later in life: results from the Nurses’ Health Study II. Br J Cancer. 2019 Jul;121(1):86-94.

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