Resultados de um estudo publicado no The European Journal of Clinical Nutrition sugerem que a adesão a uma dieta mediterrânea não foi significativamente associada com o risco de insuficiência cardíaca (IC). No entanto, quando avaliados alguns componentes individuais o alto consumo de peixe, baixo consumo de carne e consumo moderado de álcoola, se mostraram protetores contra a doença.
Trata-se de um estudo coorte, prospectivo no qual os pesquisadores avaliaram 24.008 participantes residentes na cidade de Potsdam, na Alemanha. Em 8,2 anos de acompanhamento foram identificados 209 casos de IC na população do estudo. Para avaliar a dieta, os pesquisadores utilizaram o Tmed, um índice de adesão ao padrão alimentar mediterrânico.
Após ajuste para idade, sexo e ingestão de energia, um aumento de 2 unidades no Tmed foi associado a 26% menor risco de IC. Após o ajuste de múltiplas variáveis, esta associação foi ligeiramente atenuada e perdeu significância. Curiosamente, os autores observaram uma associação significativa quando foram excluídos da pontuação os produtos lácteos. Os resultados demonstraram também que o baixo consumo de carne, alto consumo de peixe e consumo moderado de álcool foram inversamente associados com o risco de IC.
“Esse estudo é o primeiro a apresentar uma associação entre a adesão a um padrão de dieta de estilo mediterrânico e o desenvolvimento de IC em uma população não-mediterrânea de adultos aparentemente saudáveis”, afirmam os autores.
Referência (s)
Wirth J, di Giuseppe R, Boeing H, Weikert C. A Mediterranean-style diet, its components and the risk of heart failure: a prospective population-based study in a non-Mediterranean country. Eur J Clin Nutr. 2016. [Epub ahead of print]