Distúrbios alimentares afetam um número surpreendente de mulheres na meia-idade

Postado em 27 de janeiro de 2017 | Autor: Alweyd Tesser

Uma equipe de pesquisadores liderada porMicali, descobriu que aproximadamente 15,3% de uma coorte de 5.655 mulheres comidade entre 40 e 50 anos atingiram os critérios diagnósticos de distúrbioalimentar (DA) em algum momento da vida, e 3,6% relataram DA nos últimos 12meses.

Segundo os autores, “nenhum estudoprévio investigou a prevalência de DA entre as mulheres na quarta e quintadécada de vida, após a maioria dos indivíduos estar fora da principal janela derisco”. Isso motivou os pesquisadores a conduzir o primeiro estudo sobre aprevalência, fatores de risco e utilização de cuidados de saúde de mulheres demeia-idade que sofrem de DA.

Na fase 1 do estudo, os autores enviaramquestionários aos participantes do estudo UKAvon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC) e receberam 5.655respostas. A idade média dos participantes foi de 47,78 anos (DP, 4,5).

Na fase 2, os entrevistados que fizeramrastreio positivo para DA (n = 524) e uma amostra selecionada aleatoriamente deentrevistados que rastrearam negativo (n = 518) foram entrevistados usandoferramentas estruturadas validadas para determinar o diagnóstico de distúrbioalimentar.

Os DAs incluídos no estudo foramanorexia nervosa (AN), subdividida em anorexia restritiva (AN-R) e anorexianervosa purgativa (AN-P); Bulimia nervosa (BN); Distúrbio alimentar compulsivo(DAC); Distúrbio purgativo (DP); e outros transtornos específicos dealimentação (OTEA).

A prevalência ponderada ao longo da vidade qualquer transtorno alimentar foi de 15,33% (intervalo de confiança de 95%[IC], 13,48 – 14,72); A prevalência de 12 meses foi de 3,61% (IC 95%,3,00-4,35).

Os pesquisadores examinaram umavariedade de fatores de risco precoce potencialmente associados com o início deum DA, incluindo infelicidade na infância, divórcio ou separação dos pais,abuso sexual precoce, eventos de vida na infância e ligação com os pais.

Eventos estressantes na infância eadolescência e sensibilidade às questões sociais eram comuns a todos ostranstornos alimentares. Em contraste, o abuso sexual na infância foi maisestreitamente associado com distúrbios como bulimia e compulsão alimentar, e faltade cuidados maternos foi associado com bulimia.

Os pesquisadores descobriram que apenas27,4% das mulheres com transtornos alimentares relataram procurar ajuda oureceber tratamento para sua condição.

“Muitas mulheres entrevistadasrelataram que nunca procuraram ajuda ou falaram com um profissional de saúdesobre seu problema de alimentação em qualquer ponto de sua vida, sugerindobarreiras potenciais à saúde ou falta de conscientização entre os profissionaisde saúde”, afirmam.

Referência

Micali
N, Martini MG, Thomas JJ, Eddy KT, Kothari R, Russell E. Lifetime and 12-month
prevalence of eating disorders amongst women in mid-life: a population-based
study of diagnoses and risk factors. BMC Med. 2017; 15(1):12.

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