Quais exames devem acompanhar de pacientes com nutrição enteral e parenteral?

Postado em 20 de dezembro de 2021

Os exames devem ser monitorados constantemente, pois podem indicar o sucesso da terapia nutricional

Exames laboratoriais na Terapia Nutricional

Em algumas condições clínicas, quando o paciente não pode se alimentar através da via oral, considera-se a utilização da Terapia Nutricional Enteral (TNE) e/ou Parenteral (TNP) para um melhor aporte nutricional e consequentemente otimização de sua recuperação.

Devido a vários fatores, como a doença base e risco de complicações, deve haver um monitoramento continuo e constante, quanto a tolerância da TN, possíveis interações medicamentosas, alterações antropométricas e controle bioquímico por meio de exames laboratoriais.

Mas quais exames laboratoriais devem ser monitorados para pacientes em terapia nutricional?

Para pacientes em TNE, os seguintes exames devem ser monitorados frequentemente:

  • Glicemia;
  • Sódio e potássio;
  • Cálcio, magnésio e fosforo;
  • Triglicerídeo
  • Colesterol
  • Alanina aminotransferase (ALT)
  • Aspartato Aminotransferase (AST)
  • Gama glutamil transferase (GGT)
  • Pré-albumina
  • Albumina
  • Ureia/Creatinina

Além disso, podemos monitorar a glicemia capilar e, sempre que possível, os níveis de elementos traço e vitaminas.

Já pacientes em TNP, o controle requer maior atenção, pois o uso da solução parenteral pode aumentar o risco de alterações metabólicas importantes.

Sendo assim, além dos já monitorados na terapia enteral, podemos adicionar o exame de PCR (proteína C-reativa), bilirrubina total, fosfatase alcalina, glicemia capilar e tempo de protrombina.

E com qual frequência devemos avaliar esses exames?

A frequência de monitoramento desses exames pode depender de alguns fatores, como tempo de administração da terapia, estado clínico do paciente e a progressão da doença.

Abaixo podemos ver qual a frequência dos exames em cada uma das terapias:

Exames bioquímicos e frequência de monitoramento na TNE

ExamesFrequência
GlicemiaDiariamente
Sódio e potássioDiariamente
Cálcio, magnésio e fósforoDiariamente
TriglicerídeoInicio da TN
ColesterolInicio da TN
ALTDiariamente
ASTSemanalmente
GGTSemanalmente
Pré-albuminaSemanalmente
AlbuminaNo inicio e a cada 21 dias
Ureia/creatininaDiariamente
 

Glicemia capilar

6/6 em hora do primeiro dia, 8/8 horas no segundo dia, 12/12 horas no quinto dia, após isso diariamente.

Fonte: adaptado de Manual de processos de trabalho equipe multidisciplinar em terapia nutricional, 2011. 

Exames bioquímicos e frequência de monitoramento na TNP

ExamesFrequência
PCR/Albumina

 

1x/dia no início, paciente crítico: semanalmente; paciente estável: mensalmente;
Bilirrubina totalSemanalmente
Fosfatase alcalinaSemanalmente
Glicemia capilar

 

Paciente crítico: 3x/dia; paciente estável: se necessário;
Tempo de protrombinaSemanalmente
Sódio, potássio, cloroInicio: 3x/dia; paciente crítico: diariamente; paciente estável: 1 a 2x semana
Cálcio, magnésio e fósforoInicio: 1x/dia; paciente crítico: se necessário; paciente estável: semanalmente
Ureia/creatininaInicio: 3x/dia; paciente crítico: diariamente; paciente estável: 1 a 2x semana
TriglicerídeoApenas no início e se necessário
ALT, AST e GGTInicio: 1x/dia; paciente crítico: semanalmente; paciente estável: mensal

Fonte: Adaptado de Protocolo de terapia nutricional enteral e parenteral da comissão de suporte nutricional, 2014.

Veja também: Posicionamento ASPEN: Uso de albumina sérica e a pré-albumina como marcadores nutricionais

Referência

Gostyńska A, Stawny M, Dettlaff K, Jelińska A. Clinical Nutrition of Critically Ill Patients in the Context of the Latest ESPEN Guidelines. Medicina (Kaunas). 2019 Dec 2;55(12):770.

CUPPARI, Lilian. Nutrição: clínica no adulto. 3. ed. Barueri, Sp: Manole, 2014. 599 p. (Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-UNIFESP).

GIROLDI, Maiara; BOSCAINI, Camile. Perfil nutricional e bioquímico de pacientes internados em uso de terapia nutricional enteral. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, São Paulo, v. 1, n. 31, p. 65-69, jan. 2016.

FORA, Hospital Universitario da Universidade Federal de Juiz de. SOLICITAÇÃO E MONITORAMENTO DE EXAMES LABORATORIAIS EM TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL. Juiz de Fora, MG: SUS, 2021. 2 p.

UNICAMP. Manual de processos de trabalho equipe multidisciplinar em terapia nutricional: grupo de apoio nutricional. Campinas: Unicamp, 2011. 107 p. (Série manual do Hospital de Clínicas da UNICAMP).

PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL DA COMISSÃO DE SUPORTE NUTRICIONAL. Goiânia: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, 2014, 162 p.

 

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