Grupo de intervenção teve além de cuidados tradicionais, 16 encontros de grupo iniciados 2 anos pós-cirugia
Estudo avaliou a eficácia de intervenções no estilo de vida durante 2 anos em indivíduos que realizaram cirurgia de by-pass gástrico em Y de Roux em comparação aos cuidados tradicionais sobre o reganho de peso e fatores de risco metabólico.
Fizeram parte do estudo 165 indivíduos. O grupo cuidados tradicionais (CT)(n=80) realizou 3 consultas com nutricionista e médico no primeiro ano após a cirurgia, seguido de consultas anuais nos 4 anos seguintes. No grupo intervenção (IEV)(n=85), além dos cuidados tradicionais, os pacientes passavam por 16 encontros de grupo com duração de 2 horas num período de 2 anos, no qual eram discutidos tópicos sobre alimentação e atividade física. A intervenção foi iniciada 2 anos após a realização da cirurgia. Foram realizadas medidas antropométricas, de pressão sanguínea, coletadas amostras de sangue, teste de tolerância oral a glicose, recordatório alimentar e questionário sobre atividade física e tabagismo.
Em ambos os grupos o IMC teve uma redução significativa da cirurgia até 1 ano após procedimento, estabilizou entre 1 e 2 anos após operação e teve um reganho pequeno, mas significativo após 2 anos da cirurgia. A média de reganho de peso durante o estudo foi de 4,9 e 4,6kg nos grupos IEV e CT, respectivamente (p=0,84). Durante o período do estudo, 43% dos indivíduos perderam ou mantiveram o peso, 9% tiveram reganho de peso entre 3 e 5% e 48% apresentaram reganho ≥5% do peso. Fumantes tiveram um menor reganho de peso que não fumantes e foi identificada uma associação inversa entre atividade física moderada a alta e reganho de peso. Não houve diferença entre o reganho de peso de pacientes que compareceram mais ou menos nos encontros (p=0,41). Durante a intervenção, também não foram observadas diferenças na ingestão de macronutrientes ou atividade física entre os grupos. Indivíduos de ambos os grupos apresentaram aumento da Hb glicada e colesterol total, mas sem alteração nos outros parâmetros.
Dessa maneira, os autores concluíram que o presente programa de intervenção no estilo de vida não preveniu reganho de peso nestes pacientes. No entanto, fatores como rápido reganho de peso, estilo de vida sedentário, idade mais jovem, e parar tabagismo 2 anos após a cirurgia poderiam identificar indivíduos com maior vulnerabilidade ao reganho de peso. Pacientes com maior risco de reganho poderiam se beneficiar de uma intervenção mais precoce.
Referência:
Hanvold SE et al. Does Lifestyle Intervention After Gastric BypassSurgery Prevent Weight Regain? A Randomized Clinical Trial. Obes Surg. 2019 Jul 30.
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