O guia traz orientações para o tratamento de desnutrição de gestantes e crianças
A desnutrição é um problema de saúde pública mundial, afetando milhares de pessoas, especialmente em situação de maior vulnerabilidade social e biológica, como crianças e gestantes.
No Brasil, segundo dados do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) no ano de 2020, quando a insegurança alimentar atingiu números elevados, a taxa de gestantes com baixo peso gestacional e de crianças em situação de magreza foi de 14,2% e 6,1%, respectivamente.
Com a alta dos casos, o cenário é de grande preocupação, logo que, a desnutrição tem consequências tanto para o feto, quanto para o desenvolvimento infantil, sendo necessária uma atenção redobrada nessa população, a fim de minimizar os efeitos da insegurança alimentar.
Recentemente, o Ministério da Saúde publicou o “Guia rápido para o acompanhamento de gestantes e crianças com desnutrição na atenção primaria” que traz recomendações nutricionais e de alimentação de forma direta para o atendimento desse público na atenção primaria à saúde (APS).
O guia
Apresentado em 18 páginas, o documento aborda o impacto da desnutrição em gestante e em crianças e traz orientações aos profissionais da saúde para o acompanhamento desse público, abordando também as recomendações nutricionais para o tratamento de desnutrição leve a moderada.
Orientações nutricionais e o acompanhamento de desnutrição em gestantes e crianças
O guia orienta que ao identificar a desnutrição nesses pacientes, o inntervalo entre as consultas deve ser menor do que o recomendado nas cadernetas de saúde e ao desenvolver um planejamento alimentar, deve ser dada atenção a atual situação do paciente ou familiar.
Abaixo podemos ver as orientações sugeridas pelo Guia:
Orientações alimentares e nutricionais para o tratamento da desnutrição materno-infantil leve e/ou moderada | |
Promoção da alimentação saudável e adequada | – Em caso de diagnóstico de desnutrição e/ou ganho de peso insuficiente em crianças em aleitamento materno, é muito importante que a amamentação seja continuada sempre que possível e de forma exclusiva até os 6 meses de idade. – A partir dos 6 meses de idade, o leite materno deve ser complementado com uma variedade de alimentos adequados, saudáveis e seguros. A amamentação deve continuar até os 2 anos de idade ou mais. – Promover escolhas alimentares adequadas e saudáveis por meio do aconselhamento durante as consultas de pré-natal e de puericultura seguindo as recomendações dos Guias Alimentares. |
Aumento da densidade energética dos alimentos
| – Reduzir o conteúdo de água da comida, evitando alimentos com alto conteúdo de água como sopas, caldos e sucos. – Orientar sobre os alimentos na consistência pastosa/purê para crianças menores de um ano; – Orientar sobre a adição de óleo ou gordura (1 colher de sopa) em cada refeição principal (almoço e jantar). – Não oferecer alimentos que contenham açúcar para crianças menores de dois anos de vida. – Evitar bebidas adoçadas e comidas prontas para aumentar a densidade energética |
Esquema alimentar | – Gestante e crianças com baixo peso e/ ou desnutrição podem apresentar inapetência – verificar a necessidade de aumentar o fracionamento da alimentação, a fim de garantir as principais refeições com densidade energética adequada. |
Micronutrientes | – Garantir a oferta da suplementação de micronutrientes para gestantes e crianças, de acordo com os programas de suplementação de micronutrientes vigentes. |
Fonte: Guia rápido para o acompanhamento de gestantes e crianças com desnutrição na atenção primaria, 2021.
Confira o documento completo, clicando aqui.
Veja também: Diga não à desnutrição Kids
Leia também
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.