No ambiente hospitalar, as dietas são uma forma de promover o adequado aporte nutricional e prevenir desnutrição em pacientes internados.
Contudo, muitas vezes essas dietas são prescritas sem considerar a avaliação do estado nutricional do indivíduo, aumentando assim o risco de desnutrição e consequentemente de um pior desfecho clínico, demonstrando a necessidade de recomendações padronizadas nesses ambientes.
E a partir disso, a ESPEN (Sociedade Europeia de Nutrição Enteral e Parenteral) publicou recentemente uma diretriz sobre nutrição hospitalar, em que apresenta evidências científicas e indicações particulares para médicos e nutricionistas sobre as dietas necessárias em hospitais, centros de reabilitação e casas de repouso para idosos, buscando melhorar esse suporte nutricional.
Dietas hospitalares
Assim como já discutido no manual de dietas hospitalares, a diretriz orienta que as dietas devem ser indicadas de acordo com o estado nutricional do paciente, possibilitando atender as demandas, considerando hábitos e padrões alimentares de cada indivíduo.
Essas dietas podem ser dividas em três categorias, sendo elas:
- Dieta padrão: Dieta cuja sua recomendação é para população geral sem que haja necessidade terapêutica específica. Recomendada para jovens sem estresse metabólico.
- Dieta hospitalar: Dieta indicada a pacientes com mais de 65 anos, em doenças agudas ou crônicas e em risco de desnutrição.
- Dieta terapêutica: São prescrita e indicada de acordo com a necessidade específica de cada paciente, ex.: dieta FODMASP.
Abaixo podemos conferir as recomendações nutricionais na dieta padrão e dieta hospitalar:
Nutriente | Recomendação dieta padrão | Recomendação dieta hospitalar |
Energia (Kcal) | 25 | 30 |
Proteína (g/kg peso) | 0,8 – 1,0
| 1,2-2,08*
|
Carboidrato (%) | 50-60 | 45-50 |
Lipídios (%) | 30-35 | 35-40 |
Proteína (%) | 15-20 | 20-25 |
Açúcar adicionado (%) | <10 | — |
Gordura saturada (%) | <10 | — |
Gordura monoinsaturada (%) | 10-20 | — |
Gordura poli-insaturada (%) | 5-10 | — |
Ácido graxo n-3 (%) | >1 | — |
EPA e DHA (mg/d) | 500 | — |
Fibras (g/dia) | 30 | 0-30 |
*Suplementos nutricionais orais provavelmente serão usados caso o objetivo de 2g/kg/dia de proteína seja alcançado. Fonte: ESPEN, 2021
Suplementos alimentares e fortificação de alimentos
No caso de necessidade, a fortificação de alimentos com vitaminas e minerais, e o uso de suplementos alimentares são recomendados para alcançar um adequado aporte nutricional.
Veja também: Como e para quem devo prescrever suplementos orais?
Modificações
Devido a algumas doenças ou pela idade, a modificação de textura e de densidade nutricional é essencial ao paciente, sendo assim é aconselhável sempre avaliar caso a caso, com toda a equipe responsável.
Outras recomendações da Diretriz ESPEN de Nutrição Hospitalar
Além de recomendações sobre o fornecimento de dietas, a diretriz ainda aborda sobre o planejamento da equipe, infraestrutura da cozinha e fornecimento das dietas aos leitos.
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Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal