EFEITO DO AGARICUS BLAZEI (MURRILL) SS. HEINEMANN (COGUMELO MEDICINAL) NO ESTADO NUTRICIONAL E NOS EFEITOS COLATERAIS EM PORTADORES DE HEPATITE C EM TRATAMENTO ANTI-VIRAL

Postado em 3 de agosto de 2005

MENEZES, M.C., SILVA, G.F., CARVALHAES, M.A.L., CARAMORI C.A.

A hepatite C é uma doença crônica do fígado causada por um vírus RNA (VHC), resultando em cirrose hepática e hepatocarcinoma. Cerca de 39% de portadores dessa doença hepática crônica buscam a medicina alternativa e complementar (MAC) como coadjuvante às terapias convencionais, objetivando melhora clínica, nutricional e da qualidade de vida. Dentre as possibilidades de MAC, destaca-se o cogumelo Agaricus blazei (Murrill) ss Heinemann (AB). Os objetivos deste estudo foram verificar a influência do AB na evolução do estado nutricional, nos efeitos colaterais da terapia anti-viral e na função hepática de portadores de hepatite C em tratamento. Foram estudados 10 pacientes, divididos em 2 grupos, sem AB (G1 – 5 pacientes) e com AB (G2 – 5 pacientes), em tratamento com Interferon convencional ou peguilado associado à Ribavirina, de acordo com o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. As variáveis foram medidas em 3 momentos (inicial, 3 e 6 meses após o início do tratamento anti-viral). A avaliação do estado nutricional foi realizada mediante parâmetros de bioimpedância (BIA), bioquímicos (BIO) e dietéticos (D). O consumo do AB (10g/dia) em pó desidratado iniciou-se na 8? semana do tratamento anti-viral e durou 5 meses. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva. Houve piora do estado nutricional em ambos os grupos, com redução dos parâmetros de BIA (reactância, ângulo de fase, massa magra e massa gorda), da ingestão dietética (energia e carboidratos) e dos valores de BIO. O G2 mostrou melhora nos relatos sobre apetite, fadiga e indisposição. Os valores de BIO não mostraram diferenças entre os grupos. Em conclusão, houve piora do estado nutricional em ambos os grupos, possivelmente devido ao comprometimento nutricional do tratamento anti-viral. Apesar dos resultados sobre a melhora nos relatos sobre os efeitos colaterais e ingestão dietética no G2, não pudemos concluir se realmente há influência positiva do AB nas variáveis citadas pois a amostra foi pouco significante. Novos estudos estão sendo conduzidos para aprimorar a avaliação dos efeitos medicinais e nutracêuticos do AB em portadores de hepatite C.

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