ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM COMPARAÇÃO COM PARÂMETROS CIENTÍFICOS DE CRIANÇAS SADIAS

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: Elci Almeida Fernandes

Co-autores: Andresa C.P. de Souza; Nídia Denise Pucci; Sônia M. C. S. Loureiro

Instituição Divisão de Nutrição e Dietética do Hospital das Clínicas de São Paulo

Introdução. A desnutrição energético-protéica (DEP) e o déficit de crescimento são achados comuns nos pacientes pediátricos com IRC. A causa é multifatorial e inclui ingestão alimentar insuficiente, hipercatabolismo, alterações endócrinas, presença de anemia e acidose, deficiência de calcitriol, osteodistrofia renal e resistência tecidual à ação do hormônio de crescimento (GH).Objetivo. identificar o estado nutricional de crianças com insuficiência renal crônica e compará-lo utilizando os parâmetros científicos de crianças sadias, com a finalidade de identificar alterações em seu crescimento e desenvolvimento. Métodos. Foram coletados dados de crianças na faixa etária de 4 á 19 anos, avaliando-se medidas antropométricas de peso, altura e IMC, comparados com gráficos do NCHS 2000 para idade. Resultados. Analisando o peso para idade pela classificação do NCHS 2000 apenas 25% das crianças apresentam desenvolvimento ponderal comprometido e 75% apresentam bom desenvolvimento. Porém, quando avaliado individualmente o peso em quilograma verifica-se que o número de crianças que não atingem o peso ideal sobe para 62,5% restando apenas 37,5% com o peso adequado para idade. Quanto a estatura para idade, 50% das crianças apresentaram desenvolvimento ponderal comprometido e 50% apresentam bom desenvolvimento. Porém, quando avaliada a estatura em relação à idade verifica-se que o número de crianças que não atingem a estatura ideal sobe para 62,5% restando apenas 37,5% com a estatura adequado para idade. E quanto ao IMC para idade pela classificação do NCHS 2000 verifica-se que 100% das crianças encontram-se eutróficas, porém, destas crianças 25% encontram-se com baixo peso e 75% com estado nutricional eutrófico, mas justificado pelo baixo peso e pela baixa estatura que quando correlacionados resultam em estado nutricional adequado, mascarando o resultado real que seria baixo peso ou desenvolvimento comprometido. Conclusão. Através deste estudo foi possível verificar que as crianças com IRC apresentaram comprometimento ponderal e estatural em comparação com parâmetros científicos de crianças sadias. Entretanto deve-se ter cuidado no momento de classificar o estado nutricional, já que a classificação do NCHS, nestes casos, pode mascarar o resultado real.

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