EVOLUÇÃO CLÍNICO-NUTRICIONAL EM PACIENTE COM DOENÇA DE CROHN ASSOCIADO À DESNUTRIÇÃO CRÔNICA: RELATO DE CASO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS – UFPE

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: Flávia Nunes Salviano

Co-autores: Marina Petribú; Maria Socorro Carvalho

Instituição:Programa de Residência em Nutrição/ Hospital das Clínicas/Universidade Federal de Pernambuco/Recife/PE

Introdução: A doença de Crohn é uma inflamação crônica que pode envolver qualquer parte do trato gastrointestinal (TGI) e os sintomas variam de acordo com o segmento do intestino afetado. Pelo seu envolvimento com o TGI é comumente associada à desnutrição energético-protéica e a deficiência de micronutrientes. Objetivo: Relatar a evolução clínico-nutricional e a conduta dietoterápica de um paciente portador de Doença de Crohn e desnutrição energético-protéica. Métodos: Estudo prospectivo da história clínica do paciente, com coleta de dados no prontuário e acompanhamento durante todo o internamento hospitalar na Clínica de Gastroenterologia do HC/ UFPE no período de dezembro/2004 a março/2005. A análise da evolução clínico-nutricional inclui parâmetros antropométricos: altura, peso, circunferência braquial (CB), área muscular do braço (AMBc), área de gordura do braço (AGBc), prega cutânea tricipital (PCT), exames bioquímicos e avaliação dietética. As necessidades nutricionais foram calculadas através do método prático e a avaliação da composição da dieta através do software Diet Pro versão 2.0. Resultados: Paciente do sexo masculino, 23 anos, com história de abscesso perianal acompanhado de fortes dores abdominais há 10 anos, com diagnóstico de Doença de Crohn há 5 anos e fístula perianal há 8 anos, foi internado em dezembro/2004 com 20 a 30 evacuações diarréicas diárias, desnutrição crônica e défict de crescimento. O IMC inicial do paciente era de 10,6 Kg/m2, a CB de 16,9cm, a PCT de 4,9mm, a AMBc de 2,8cm2 e a AGB de 0,1cm2, caracterizando desnutrição grave. Exames bioquímicos evidenciaram hipoalbuminemia e anemia com albumina inicial de 1,6g/dl, uma hemoglobina (Hb) de 5,1g/dl e hematócrito (Ht) de 17,7%. A terapia nutricional instituída foi dieta via oral com a composição química adequada às recomendações nutricionais (45 Kcal/ Kg peso ideal/dia e 2,0g proteína/Kg peso ideal/dia) e suplementação com glutamina de 20g/dia. Pode-se observar uma melhora significativa do estado clínico-nutricional do paciente durante o período de internamento, tendo recebido alta hospitalar com IMC de 14,8 Kg/m2, albumina de 2,6g/dl, Hb de 10,7g/dl e Ht de 33,1%. Conclusão: O tratamento dietoterápico foi imprescindível para a adequação do estado clínico-nutricional do paciente portador de Doença de Crohn.

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