PREVALÊNCIA DA OBESIDADE CENTRÍPETA EM PACIENTES HIPERTENSOS AVALIADOS EM HOSPITAL DE ENSINO.

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: SILVANA DA SILVA CARDOSO

Co-Autores: Natalia Furlan Venturini, Carolina Neves Consenso, Juan Carlos Toledo, Afonso Augusto Loureiro, Silvia Maria Albertini, José Fernando Vilela Martin.

Instituição: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP/Hospital de Base de São José do Rio Preto – FUNFARME.

A obesidade tem sido considerada um importante risco de mortalidade precoce. Porém, há diferentes graduações de risco, dependendo da deposição da gordura. Os maiores riscos estão associados à sua deposição abdominal, que consideram riscos metabólicos e cardiovasculares. As principais ferramentas clínicas para diagnosticar a obesidade em indivíduos maiores de 18 anos são o índice de massa corporal (IMC) e o perímetro abdominal na cicatriz umbilical em centímetros. A hipertensão é um dos principais agravos à saúde no Brasil. O diagnóstico de hipertensão é estabelecido com medidas da pressão sistólica >= 140mmHg e pressão diastólica >= 90 mmHg. Objetivos: avaliar a prevalência da obesidade centrípeta e sua relação com o IMC e com níveis de pressão arterial em pacientes hipertensos. Casuística e métodos: foram avaliados 246 pacientes, num período de 10 meses, sendo 128 mulheres e 118 homens. Os parâmetros utilizados foram: peso, altura, IMC e circunferência da cintura e pressão arterial. O peso e a altura foram obtidos em balança antropométrica. A circunferência da cintura foi medida com fita métrica inextensível na cicatriz umbilical e classificada de acordo com a OMS, 1995. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (grupo de maior risco: circunferência da cintura para homens >= 102cm, e para mulheres >= 88cm) e grupo 2 (grupo de menor risco: circunferência da cintura para homens < 102cm, e para mulheres < 88cm). Resultados: O grupo 1 foi composto por 141 pacientes (57,3%), sendo 48 homens e 93 mulheres, com IMC médio de 32,3 ± 5,08 kg/m2, circunferência de cintura média de 107,3 ± 11,52cm, pressão arterial sistólica média de 144,2 ± 25,8 mmHg e pressão arterial diastólica média de 86,6 ± 14,8 mmHg. O grupo 2 foi composto por 105 pacientes (42,7%), sendo 70 homens e 35 mulheres, com IMC médio de 25,2 ± 3,02 kg/m2, circunferência de cintura média de 88,8 ± 8,11cm, pressão arterial sistólica média de 144,1 ± 27,6 mmHg e pressão arterial diastólica média de 87,2 ± 13,1 mmHg. 57,3% dos pacientes hipertensos apresentaram obesidade central. O IMC teve uma diferença estatisticamente significante entre os grupos de menor risco e de maior risco. Não houve diferença estatisticamente significante nos níveis de pressão arterial entre os pacientes do grupo de menor risco, comparado com os de maior risco, tanto para a pressão sistólica quanto para a pressão diastólica. Conclusão: Provavelmente os níveis de pressão arterial estão mais relacionados ao estilo de vida dos pacientes do que a obesidade central. Os pacientes do estudo têm sido acompanhados por equipe interdiciplinar (médicos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, nutricionistas e fisioterapeutas) com boa adesão medicamentosa, melhora do comportamento alimentar e do estilo de vida.

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