QUAIS FATORES INTERFEREM PARA NÃO ADMINISTRAÇÃO TOTAL DA DIETA ENTERAL NOTURNA PRESCRITA E O SEU IMPACTO NO CUSTO DA DIETA

Postado em 3 de agosto de 2005

ZamboneMA, Mota SM, Pucci ND, Loureiro SMSC

Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (DND ICHCFMUSP)

O tratamento atual do paciente gravemente enfermo é o resultado de avanços obtidos em diversas áreas de cuidados hospitalares. A terapia nutricional enteral (TNE) apresenta vantagens importantes para manter ou melhorar a situação nutricional do indivíduo, no entanto a administração da nutrição enteral é dificultada por fatores que impedem a sua infusão adequada. Alguns estudos defendem a não administração de dieta enteral no período noturno, justificando que é mais fisiológico manter pausa noturna, outros mantém o uso para evitar déficit nutriconal, para pacientes com restrição de volume. Diante disso, verificou-se a necessidade de avaliar se a terapia nutricional enteral noturna é efetivamente infundida na população dos pacientes internados nas unidades de internação (UI)e unidades de terapia intensiva (UTI) do ICHCFMUSP. Objetivo: Verificar o custo da dieta que não é administrada ao paciente no período noturno. Metodologia: Estudo prospectivo descritivo observacional, onde a coleta de dos foi realizada nos prontuários dos pacientes ( prescrição médica, prescrição dietética, volume administrado da dieta em 24 horas, tipo da dieta oferecida) no período de 28/11/2004 a 06/02/2004 ( 16 dias). Acompanhados N=91 pacientes, contemplando todos os pacientes com terapia nutricional enteral neste período. Foram incluídos no cálculo do custo mão de obra, tipo de dieta enteral e quantidades de frascos descartáveis utilizados. Resultados e Discussão: Do pacientes avaliados, n=61 estavam nas UI e n=30 internados nas UTIs, com variados diagnósticos. Nas UTIs verificamos que 67% (n=20) receberam 100% da TNE noturna prescrita, 13% (n=4) não receberam dieta noturno pôr apresentarem diarréia intensa, 10% (n=3) estavam em jejum para exames e 7% (n=2) apresentaram estase gástrica. Somando todos os motivos para não administração da TNE 33% (n= ) dos pacientes não receberam todo aporte calórico que necessitavam. No entanto nas UI os resultados são diferentes, 37% (n=22) receberam toda a dieta noturna, 30% (n=18) não receberam por recusa do paciente, 17% (n=10) estavam em jejum para exame, 8% (n=4) diarréia intensa, 5% (n=3) apresentavam estase gástrica e 3% (n=1) apresentavam dor abdominal, verifica-se que 63% (n= ) dos pacientes das UIs não receberam a dieta no período noturno. Diante disto avaliou-se o impacto no custo hospitalar, verificamos que foram desprezados 71.150ml de dieta, correspondente a R$ 1.151,83 por sete dias. Conclusão: Inicio de uma avaliação para se propor mudança nos horários de distribuição de dieta enteral, para que necessidades nutricionais do paciente seja adequada e avaliar a diminuição com o custo da dieta.

Palavras chaves: custo, dieta enteral, noturno.

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