ABRAN traz recomendações sobre a oferta de suplementos para crianças com dificuldades alimentares
A Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) criou parâmetros sobre uso de suplementos para crianças com dificuldades alimentares. Para criação desse consenso, foram consultados especialistas de todo o Brasil, que consideraram as principais queixas dos pais e características das crianças que apresentam recusa alimentar, além das reais necessidades nutricionais desse grupo.
Recomendações estabelecidas pela ABRAN:
· Polivitamínicos não têm indicação para tratamento das dificuldades alimentares;
· Vitaminas isoladamente podem ser utilizadas para crianças que apresentam deficiências específicas plasmáticas ou de ingestão comprovadas;
· Poliminerais não têm indicação para o tratamento das dificuldades alimentares;
· Minerais específicos isoladamente podem ser utilizados para crianças que apresentam deficiências específicas plasmáticas ou de ingestão comprovadas;
· Suplementos modulares podem ser utilizados quando houver deficiência isolada de um macronutriente específico ou prejuízo no estado nutricional da criança de acordo com a idade;
· Suplementos nutricionais completos isocalóricos (suplementos completos) devem ser considerados como a principal estratégia de tratamento, podendo ser indicados prioritariamente nos seguintes casos:
· Quando os inquéritos alimentares demonstrarem ingestão calórica-nutricional insuficiente;
· Sempre que peso, estatura e/ou índice de massa corporal estiverem abaixo do recomendado ou desacelerando de acordo com a curva de crescimento da criança;
· Sempre que estiverem presentes agravos à saúde a fim de oferecer segurança nutricional para a recuperação;
· Quando o tempo para a reeducação alimentar for muito longo expondo a criança a risco nutricional até que seja implementada;
· Face à presença de pais excessivamente ansiosos e com o objetivo de assegurar nutrição adequada;
· Quando houver casos semelhantes na família que evoluíram mal sem a suplementação;
· Sempre que for detectada doença de base (orgânica ou psíquica) a ser tratada, mas espera-se tempo longo para esse tratamento;
· Quando a criança estiver em uso de medicamento que sabidamente reduzem o apetite;
· Em casos de seletividade alimentar ampla por muito tempo, abrangendo macro e micronutriente.
· Suplementos hipercalóricos podem ser utilizados desde que apresentem composição semelhante aos suplementos completos isocalóricos, apenas com a característica particular de apresentarem densidade energética elevada, o que pode ser indicado para crianças com dificuldade na ingestão do volume habitualmente prescrito;
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Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal