USO DE NOVO MÉTODO DE CALORIMETRIA POR IMAGEM INFRAVERMELHA (IR) PARA DETERMINAR O GASTO ENERGÉTICO EM PACIENTES OBESOS EM PROGRAMA DE PERDA DE PESO COM SUBSTITUTOS DE REFEIÇÃO

Postado em 3 de agosto de 2005 | Autor: Marcos Leal Brioschi

Co-autores: Osvaldo Malafaia, José Viriato José Vargas, Elisangela Felix Carneiro Brioschi.

Instituição: Sociedade Brasileira de Termologia. Clínica Infrared Med. Departamento de Engenharia Mecânica da UFPR. Instituto de Pesquisas Médicas – Faculdade Evangélica do Paraná.

A obesidade é sério problema de saúde pública que está aumentando no mundo todo, associada com alto índice de morbidade e mortalidade e pior qualidade e expectativa de vida. A mensuração do gasto energético por calorimetria em pacientes obesos em clínica nutricional é difícil e raramente realizada. Apesar de fornecer informações objetivas, que podem ser utilizadas para planejar, implementar e avaliar a eficácia de tratamentos na obesidade, tanto a calorimetria direta quanto indireta convencional necessitam de longos períodos de mensuração e freqüentes calibrações. A calorimetria por imagem infravermelha (IR) é uma nova opção disponível em nosso meio. Com objetivo de avaliar este novo método de calorimetria IR estudou-se um programa de peso simplificado no qual indivíduos foram submetidos a substitutos de refeição (SR) (Herbalife®, LA, USA). Cem pacientes com sobrepeso (39,1±4,5 anos; peso 83±10kg, IMC 31±2 kg/m2) participaram por 1 ano do estudo (26 consultas clínicas) de redução de peso. Os pacientes foram randomicamente divididos em 2 grupos: (1) grupo dieta restritiva calórica (1200-1500 kcal) acompanhado por nutricionista, (2) grupo substituição de refeição (SR) acompanhado por médico e nutricionista. Ambos os grupos foram avaliados por calorimetria IR em todas as consultas. As imagens de calorimetria IR (SC3000Flir®,Suécia) foram digitalizadas e computou-se a temperatura média da superfície corporal. Calculou-se por meio de teorias de perda térmica, as perdas e gasto energético total por radiação, convecção, condução e evaporação. Para os 94 pacientes que completaram 1 ano, a intervenção por SR foi mais efetiva do que do grupo de dieta restritiva calórica tradicional (média de perda de peso de 10,1%±-7,9% vs. 3,1%± 7,4%, respectivamente, p=0,01). O grupo SR mostrou que a perda de 5 a 10% foi associada com redução percentual significativa de gordura corporal, IMC, circunferência do punho, nível de insulina, colesterol total, LDL-colesterol e maior gasto energético mensurado pela calorimetria IR (p=0,01). A perda de 10% ou mais foi associada com significante melhora na pressão sanguínea e nível de triglicerídeos (p=0,05). A perda de peso observada (aproximadamente 10% do peso corporal) é significativa e foi associada com importantes benefícios de saúde particularmente nos pacientes com hipertensão e diabetes não insulino-dependentes. As vantagens potenciais de utilizar SR para obesidade leve incluem: alta aderência e facilidade do programa, baixo custo e mínima intervenção profissional. Devido sua metodologia de análise diferente dos outros métodos de calorimetria, não houve erros de interpretação, pois na calorimetria IR as vias metabólicas muito mais do que as oxidativas ou condições clínicas, que afetam a exalação de dióxido de carbono dos pulmões, são as que dominam na avaliação. Os resultados do estudo mostraram que o programa SR foi efetivo no controle de peso e redução do risco de doenças crônicas quando realizada em consultório médico em conjunto com a calorimetria IR. A calorimetria IR é um método acurado, rápido, não invasivo, sem contato e fácil de mensurar a perda de energia e o gasto energético nos pacientes obesos, podendo ser muito útil em consultórios assim como em laboratórios de pesquisa clínica.

Palavras-chaves: obesidade, calorimetria, infravermelho, perda de peso, substitutos de refeição.

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