O consumo de proteína animal durante a gestação aumenta o risco de excesso de peso nos filhos

Um estudo dinamarques publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, examinou a relação entre a ingestão materna de proteína durante a gravidez e as medidas antropométricas dos filhos e constatou que o consumo de proteína de origem animal, principalmente produtos de carne, em substituição ao consumo de carboidratos durante a gestação pode aumentar o risco de sobrepeso nos filhos. O interesse na realização da pesquisa partiu de resultados de estudos realizados em animais, que mostraram que a ingestão de proteína durante a gravidez influenciou o metabolismo de gordura e adiposidade da prole.

Trata-se de um estudo tipo coorte prospectivo que acompanhou 965 grávidas. O acompanhamento teve início entre 1988 e 1989 e os filhos foram avaliados aos 19-21 anos. Através de um questionário de frequência alimentar, os pesquisadores avaliaram a substituição materna de carboidratos por proteína total, animal e vegetal em relação ao índice de massa corpórea (IMC) e circunferência da cintura (CC) dos filhos.

A prevalência de excesso de peso (IMC > 25) foi de 16,9% para as mulheres e 19,1% para os homens. A substituição de carboidratos por proteínas de origem animal (principalmente carne) na proporção de 1:1 g aumentou o risco de excesso de peso em ambos os sexos. Os resultados não demonstraram associação entre o consumo de proteínas animais e vegetais e CC dos filhos.

“Observou-se que a ingestão de proteína animal em substituição aos carboidratos durante a gravidez foi associada diretamente com o excesso de peso dos filhos após 20 anos. Entretanto, essas associações geraram uma hipótese que deve ser confirmada a partir de estudos controlados, para explorar possíveis mecanismos entre fontes de proteína na gravidez a saúde metabólica dos filhos, antes de se estabelecer uma forte conclusão sobre o assunto”, concluem os autores.