A proteína C-reativa é um importante marcador de inflamação aguda
A proteína C-reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda, que se eleva precocemente em vigência de inflamação. Foi descoberta em 1930, por Tillet e Francis enquanto investigavam o soro de pacientes que sofriam de estágio agudo de infecção por pneumococo e foi nomeada por sua reação com o capsular (C) – polissacarídeo de Pneumococcus.
É produzida, principalmente, no fígado em resposta a citocinas, com a interleucina (IL) 1, IL-6 e fator de necrose tumoral, mas também em células musculares lisas, macrófagos, células endoteliais, linfócitos e adipócitos. A proteína C-reativa começa a aumentar apenas 4–6 horas após o início da inflamação, dobrando a cada 8 horas e atingindo o pico em 36–50 horas. É um marcador sensível, porém inespecífico de processos inflamatórios, com meia-vida curta, diminuindo rapidamente quando a inflamação é resolvida.
Tem sido tradicionalmente utilizada como um marcador de eventos cardiovasculares, sugerindo que ela tem um papel ativo na fisiopatologia da doença cardiovascular, mas há evidências crescentes de que a PCR desempenha papéis importantes nos processos inflamatórios e nas respostas do hospedeiro à infecção. Observa-se, assim, uma elevação na expressão da PCR durante diversas condições inflamatórias, como artrite reumatoide, complicações pós-operatórias, infecções bacterianas e virais, neoplasias, necrose tecidual.
Existem muitos fatores que podem alterar os níveis basais de PCR, incluindo idade, sexo, tabagismo, peso, níveis de lipídios sanguíneos, pressão arterial, terapia de reposição hormonal e uso de fármacos anti-inflamatórios, que devem ser levados em consideração no momento da avaliação laboratorial.
Embora seja de grande valia para a avaliação de inflamação, o exame da PCR não está descrito entre aqueles liberados para solicitação do nutricionista, devendo este acompanhar evolução da inflamação junto a equipe multidisciplinar de acompanhamento do paciente.
Referências
CALIXTO-LIMA, Larissa; REIS, Nelzir Trindade. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à nutrição clínica
Conselho Regional de Nutricionistas. Parecer Técnico CRN-3 Nº 03/2014. Solicitação de Exames laboratoriais pelo nutricionista, dez-2014.
DYER, Emma M et al. How to use C-reactive protein. Archives Of Disease In Childhood – Education & Practice Edition, [S.L.], v. 104, n. 3, p. 150-153, 19 jul. 2018. BMJ.
PATHAK, Asmita et al. Evolution of C-Reactive Protein. Frontiers In Immunology, [S.L.], v. 10, 30 abr. 2019. Frontiers Media SA.
SPROSTON, Nicola R. et al. Role of C-Reactive Protein at Sites of Inflammation and Infection. Frontiers In Immunology, [S.L.], v. 9, 13 abr. 2018. Frontiers Media SA.