Ômega 3 plasmático está associado ao envelhecimento

Postado em 16 de novembro de 2020 | Autor: Marcella Gava

ômega 3

O comprimento mais curto do telômero (TL) tem sido associado a comportamentos de saúde precários, riscos aumentados de doenças crônicas e mortalidade precoce. O encurtamento excessivo do telômero é um marcador de envelhecimento acelerado e pode ser influenciada pelo estresse oxidativo e deficiência nutricional.

Assim, um estudo investigou a associação entre os níveis plasmáticos de PUFA e o comprimento do telômero leucocitário (CTL) e avaliar as variantes genéticas que podem modificar esse efeito. Para isso foi realizado um estudo de coorte prospectivo de longo prazo com foco nos determinantes dietéticos, genéticos e ambientais no câncer e em outras doenças crônicas. Foram recrutados indivíduos entre 45 e 75 anos com doença coronariana (DC) que responderam questionário e forneceram amostras de sangue para as análises.

Fizeram parte do estudo 711 indivíduos com DC (casos) e 638 controles saudáveis. Os casos apresentaram menores níveis de n-3 PUFA, EPA e DHA plasmáticos em relação aos controles. Uma maior razão plasmática de ômega-6(n-6):ômega-3 (n-3) foi associada significativamente com uma redução no CTL, onde somente o n-3 mostrou associação com o CTL e não o n-6. Dentre os subtipos de lipídeos, o EPA e o DHA se associaram com o CTL, enquanto o ALA não se associou. Uma maior razão plasmática de n6:n3 também se correlacionou significativamente com o aumento do risco de DC (HR 1,114), e analisando estes separadamente, o n-3 PUFA mostrou um efeito protetor sobre o risco de DC (HR 0,885), o que não foi visto com o n-6. O EPA e o DHA mostraram associação com a redução do risco de DC, mas não os subtipos de n-6. CTL mais longos também apresentaram efeito protetor sobre o risco de DC. Foram encontrados variantes genéticos que interagem com os PUFAs plasmáticos sobre o CTL, alterando o efeito do n-3 PUFA e DHA sobre o CTL, tanto nos casos quanto nos controles.

Com isso, os autores concluíram que no estudo foi encontrado uma associação inversa da razão n6:n3 com o comprimento do telômero leucocitário e com o risco de doença coronariana e que essa associação foi guiada principalmente pelo n-3 plasmático e não pelo n-6. Níveis plasmáticos mais altos de EPA e DHA foram correlacionados com CTL maior e redução do risco para DC. Os autores ainda identificaram um variante genética que modificou a associação entre o nível de n-3 plasmático e o CTL

Referência

Chang X et al. Effect of plasma polyunsaturated fatty acid levels on leukocyte telomere lengths in the Singaporean Chinese population. Nutr J. 2020; 19: 119. Published online 2020 Oct 30.

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