Quais são as necessidades calóricas e proteicas do paciente oncológico?

Postado em 24 de fevereiro de 2017 | Autor: Alweyd Tesser

As necessidades nutricionais do paciente com câncer podem variar, dependendo do tipo e da localização do tumor, da atividade da doença, da presença de má absorção intestinal e da necessidade de ganho de peso ou anabolismo.

Vários estudos descrevem um aumento do gasto energético em pacientes com câncer em quimio e radioterapia. No entanto, outros estudos observaram variação do gasto energético nesses pacientes e também controvérsias em relação às diversas fórmulas empregadas para esse cálculo.

Embora a calorimetria indireta seja considerada o método ideal, as equações para estimativa das necessidades nutricionais têm sido propostas por serem fáceis de usar e serem reproduzidas na prática clínica.

De acordo com a diretriz de terapia nutricional para o paciente oncológico da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (Espen), recomenda-se de 30 kcal/kg a35 kcal/kg ao dia para pacientes em tratamento ambulatorial e de 20 kcal/kg a25 kcal/kg ao dia para os acamados.

As necessidades diárias de proteínas para pacientes em radioterapia quimioterapia podem variar, dependendo da doença, da programação terapêutica, do estado nutricional prévio e das complicações presentes.

No estresse prolongado e intenso o catabolismo é de difícil controle, sendo que a depleção proteica grave nos estoques orgânicos pode prejudicar ou até mesmo interromper a quimioterapia radioterapia, influenciando negativamente na morbidade e na mortalidade dos pacientes.

Dessa forma, as Diretrizes Brasileiras em Terapia Nutricional (Diten) recomendam a oferta de 1,2 g a 1,5 g de proteína/kg ao dia para os pacientes em estresse moderado e 2,0 g/kg ao dia para os pacientes em estresse grave. A diretriz da Espen recomenda de 1,2 g a 2,0 g de proteína/ kg de peso corporal por dia para garantir uma ótima oferta de nitrogênio.

No entanto, deve-se ter atenção às funções renal e hepática para a determinação da oferta proteica. Esses pacientes devem ser monitorados diariamente, pois essas insuficiências orgânicas requerem modulações diárias na quantidade de proteína.

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