Qual ferramenta é mais precisa para detectar alterações glicêmicas precocemente?

Postado em 12 de junho de 2018 | Autor: Marcella Gava

Asrecomendações atuais determinam como parametros para a avaliação do estatosglicêmico (normoglicémia, pré-diabetes ou diabetes), a glicemia de jejum (FPG),hemoglobina glicosilada (HbA1c) e teste de tolerância oral à glicose (TTOG). Omonitoramento contínuo da glicose (MCG) também é uma ferramenta interessante,pois permite detecção precoce de alterações glicêmicas.

Para avaliar oimpacto da utilização do MCG, 1521 adultos foram estudados. No início doestudo, foi instalado o equipamento de MCG em todos os participantes. Elesforam orientados a permanecer com o equipamento durante 7 dias, a registrarsuas atividades, ingestão alimentar e horas de sono.

A media de glicemia sanguidea de 24 horas foicalculada utilizando 288 aferições realizadas durante as 24 horas do dia. Foramtambém realizadas médias glicêmicas do dia (das 8h as 24h) e da noite (das 00hàs 8h), registradas a glicemia  30, 60,120 e 180 minutos após as refeições, e calculadas as curvas glicêmicas pré epós prandiais três horas antes e depois das refeições. Também foram avaliados concentraçõesplasmáticas de triglicérides, colesterol total, HDL e LDL, e biomarcadores defunção hepática e renal.

A maioria dosindivíduos (78,9%) apresentou-se normoglicêmico e com idade média de 42 anos. Ogrupo de pré diabéticos mostrou-se significativamente mais velho e com IMC,pressão arterial sistólica e diastólica, triglicérides e LDL colesterol maisaltos que o grupo normoglicêmico (p<0,05). Todos os parâmetros do MCG forammaiores no grupo pré diabético que no grupo normoglicêmico (p<0,05).

Houvediferença entre a glicemia mensurada por dosagem capilar e pelo MCG. 73% dospacientes normoglicêmicos apresentaram, em algum momento, níveis de glicose queestariam associados a uma tolerância diminuída.

A partirdestes resultados, os autores concluíram que MCG é um indicador de possíveldisglicemia precoce melhor que glicemia de jejum e hemoglobina glicosilada.

 

Referência:

Rodriguez-Segade
S et al. Glucose Monitoring is More Sensitive Than HbA1c
and Fasting Glucose in Detecting Dysglycaemia in a Spanish Population without
Diabetes.
Diabetes
Research and Clinical Practice (2018).

 

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