Qual o risco de utilizar probióticos em pacientes críticos?

Postado em 6 de outubro de 2016 | Autor: Camila Garcia Marques

Probióticos atuam em conjunto com o seu hospedeiro, em relação de simbiose. Eles promovem diversos benefícios no trato gastrointestinal, desde que este esteja pronto e competente para receber esses micro-organismos.

No paciente crítico, há alterações no epitélio gastrointestinal. A barreira intestinal desses pacientes está debilitada, ou seja, o complexo proteico integrante da tigh junction, que tem como função fortificar a interação célula-célula (enterócito) pode não funcionar adequadamente. Associado a isso, encontra-se nesses pacientes, um estado imunológico debilitado. Esses fatores favorecem maior permeabilidade intestinal e eventualmente translocação (ou seja, migração) de bactérias comensais e patogênicas da luz intestinal para a intimidade tecidual e até para a corrente sanguínea causando infecção. Apesar de existirem alguns estudos demonstrando que probióticos podem fortalecer a barreira intestinal, no doente crítico isso pode não ocorrer.

 

Referência (s)

 

Whelan K, Myers CE. Safety of probiotics in patients receiving nutritional support: a systematic review of case reports, randomized controlled trials, and nonrandomized trials. Am J Clin Nutr. 2010;91(3):687-703.

 

Barraud D, Blard C, Hein F, Marçon O, Cravoisy A, Nace L, Alla F, Bollaert PE, Gibot S: Probiotics in the critically ill patient: a double blind,

randomized, placebo-controlled trial. Intensive Care Med 2010, 36: 1540–1547.

 

Pineiro M, Stanton C. Probiotic bacteria: legislative framework–requirements to evidence basis. J Nutr. 2007;137(3 Suppl 2):850S-3S.

 

Cadastre-se e receba nossa newsletter