Comercialmente, a biotina tem sido conhecida como vitamina da beleza, conheça mais sobre a vitamina B7
A biotina, ou vitamina B7, não é sintetizada pelo organismo devendo ser adquirida através da alimentação. Sabe-se, no entanto, que ela é também sintetizada pela microbiota intestinal, mas a quantidade produzida e sua biodisponibilidade paro o indivíduo ainda é um assunto em discussão.
Amplamente encontrada nos alimentos, a biotina pode estar na forma livre ou ligada a proteínas, sendo que para ser absorvida precisa passar por ação de enzimas digestivas, uma vez que só é absorvida na forma livre. A absorção ocorre no intestino delgado e, a partir daí circula na corrente sanguínea na forma livre ou ligada à albumina ou à glubulina. Pode ser reabsorvida pelos rins e é excretada quando esse sistema está saturado. No organismo, atua como coenzima de carboxilases envolvidas no metabolismo energético, na síntese e oxidação de ácidos graxos, na degradação de aminoácidos e na gliconeogênese.
Sua deficiência é observada em casos de erros inatos de metabolismo, em terapia prolongada com anticonvulsivantes, consumo crônico de álcool e em pacientes sob nutrição parenteral total por período prolongado. Os sinais de deficiência incluem: dermatite esfoliativa, alopecia, conjuntivite, ataxia, hipotonia, cetoacidose, retardo de desenvolvimento em bebês e crianças, alterações mentais, parestesia, anorexia e náusea.
Comercialmente, a biotina tem sido conhecida como vitamina da beleza, associada ao crescimento de cabelos e unhas. Alguns estudos já tentaram demonstrar essa associação, porém ainda faltam evidências claras sobre a recomendação de suplementação para pessoas saudáveis.
Há pouca informação, também, sobre a recomendação de ingestão diária dessa vitamina, bem como não se conhece os efeitos adversos relacionados ao seu excesso. Até agora, foram estabelecidas apenas recomendações baseadas em estimativas de ingestão de pessoas saudáveis, que podem ser observadas na tabela 1. A biotina é amplamente distribuída em alimentos, principalmente na forma livre em alimentos de origem vegetal, e o conteúdo nos alimentos pode ser observado na tabela 2.
Tabela 1. Valores de recomendação de ingestão de biotina segundo as DRI’s.
Estágio de vida | AI µg/dia |
Recém-nascidos e crianças | |
0 – 6 meses | 5 |
7 – 12 meses | 6 |
1 – 3 anos | 8 |
4 – 8 anos | 12 |
Adolescentes e adultos | |
9 – 13 anos | 20 |
14 – 18 anos | 25 |
>19 anos | 30 |
Gestantes | 30 |
Lactantes | 35 |
AI = ingestão adequada
Tabela 2. Conteúdo de biotina nos alimentos (µg/100g)
Alimento | Quantidade de Biotina em µg por 100g |
Amendoim | 101,4 |
Avelã | 75 |
Amêndoa | 43,6 |
Farelo de trigo | 44,4 |
Farelo de aveia | 35 |
Ovo cozido | 16,5 |
Castanha-de-caju | 13,7 |
Cogumelo cozido | 8,5 |
Pão integral | 6,1 |
Acelga cozida | 6 |
Macadâmia | 6 |
Queijo brie | 5,6 |
Cenoura cozida fatiada | 5,1 |
Salmão cozido | 5 |
Tomates frescos picados | 4 |
Abacate | 3,6 |
Referências:
COZZOLINO, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ed. São Paulo: Editora Manole, 2016.
EL-ESAWY, Fatma Mohamed; HUSSEIN, Mohamed Saber; MANSOUR, Amira Ibrahim. Serum biotin and zinc in male androgenetic alopecia. Journal Of Cosmetic Dermatology, [s.l.], p.1-4, 3 fev. 2019. Wiley.
PATEL, Deepa P.; SWINK, Shane M.; CASTELO-SOCCIO, Leslie. A Review of the Use of Biotin for Hair Loss. Skin Appendage Disorders, [s.l.], v. 3, n. 3, p.166-169, 2017. S. Karger AG.
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