Suplemento com ômega-3 beneficia pacientes com Câncer Gástrico

Postado em 13 de janeiro de 2020 | Autor: Marcella Gava

No início do estudo, 38,2% eram sarcopênicos, 19,1% apresentaram caquexia, e todos apresentaram baixa ingestão calórica (<30kcal/kg/dia)

Estudo randomizado realizado com pacientes com câncer gástrico entre 40 e 65 anos avaliou os efeitos da suplementação de ômega-3 sobre o estado nutricional, perfil imune e inflamatório durante o pré tratamento antineoplásico. Os pacientes foram avaliados por sua história clínica, tabagismo e nível de atividade física, medidas antropométricas (peso, altura, circunferência do braço – CB, circunferência muscular do braço – CMB, área muscular do braço – AMB, prega cutânea triciptal – PCT, índice de massa muscular – IMM – por bioimpedância), recordatório alimentar de 24 horas, e avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente (ASG-PPP). Foram coletadas, também, amostras de sangue para avaliação da albumina e pré-albumina, perfil inflamatório (IL-6 e PCR), e perfil imunológico (células T, CD3, CD4 e CD8). Os pacientes foram então randomizados em grupo controle (n=41), que recebeu suplemento padrão sem ômega-3 (560 kcal e 29 g proteína), e grupo intervenção (n=42), que recebeu suplemento enriquecida com ômega-3 (600 kcal, 24 g proteína e 3,2g de EPA/DHA), fracionado em 2 vezes de 200ml cada. A intervenção aconteceu durante 30 dias e após este período todos os dados foram novamente coletados e analisados.

Os pacientes apresentaram idade média de 58 anos, 64,7% eram homens e 72,1% apresentaram ASG-PPP B ou C (desnutrição moderada ou grave). Ao início do estudo, 38,2% eram sarcopênicos, 19,1% apresentaram caquexia, e todos apresentaram baixa ingestão calórica (<30kcal/kg/dia). Nos pacientes do grupo intervenção, os perfis nutricional, inflamatório e imunológico se mantiveram estáveis. Já no grupo controle, foi observado um aumento do perfil inflamatório, com aumento do PCR, razão PCR/albumina e IL-6, além da piora significativa de alguns parâmetros antropométricos. Foi encontrada uma correlação negativa entre IL-6 e CMB, e AMB, sendo que quanto maior a IL-6 menores eram estes outros parâmetros. De todos os pacientes, 54,4% ganharam ou mantiveram seu peso, sendo a maioria do grupo ômega-3.

Dessa maneira, os autores concluíram que a suplementação com ômega-3 foi capaz de atenuar a resposta inflamatória dos pacientes através da redução das concentrações de PCR e IL-6 em comparação ao grupo controle. O uso do ômega-3 também se mostrou promissor no combate a caquexia através da promoção da manutenção do peso e melhora da massa magra dos pacientes, mas são necessários mais estudos para estudar as associações relacionadas às alterações na composição corporal.

Referência:

Feijó PM. Impact of omega-3 supplementation on the nutritional status, imune and inßammatory proÞle of gastric cancer patients: a randomized controlled trial. Nutrition, 2018.

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