Uso de probiótico melhora mucosite oral em pacientes submetidos a radioquimioterapia

Postado em 16 de dezembro de 2019 | Autor: Marcella Gava

Os pacientes foram monitorados diariamente para avaliação dos sintomas, ocorrência e severidade da mucosite oral

Estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado teve como objetivo avaliar os efeitos de uma combinação de probióticos sobre a mucosite oral severa, uma complicação comum não preventiva induzida por radioquimioterapia em pacientes com carcinoma nasofaríngeo. Para isso, pacientes entre 18 e 70 anos com diagnostico de carcinoma nasofaríngeo avançado realizando radioquimioterapia concomitante (RQTC) foram selecionados e divididos em grupo probiótico (Gpro) e grupo placebo (Gpla), sendo que o Gpro recebeu uma combinação de Bifidobacterium longum, Lactobacillus lactis, e Enterococcus faecium e o outro grupo um placebo, 3 cápsulas 2 vezes por dia durante todo o tratamento por até 7 semanas. Os pacientes foram monitorados diariamente para avaliação dos sintomas, ocorrência e severidade da mucosite oral. Análises sanguíneas, bioquímicas e imunidade linfocítica foram mensuradas antes e após o tratamento e o peso corporal foi aferido semanalmente. A análise bacteriana foi realizada a partir de amostras de fezes dos participantes.

Fizeram parte do estudo 99 pacientes, sendo 64 do Gpro e 35 do Gpla. A dose de radiação foi significativamente maior no Gpro que no Gpla (p<0,05). Os efeitos colaterais mais frequentes foram redução dos níveis leucocitários, hemoglobina, eritrocitário e linfocitário. A incidência de MO graus 0, 1, 2, e 3 no grupo placebo no probiótico foi de 0% e 10,94%; 0% e 51,56%; 54,29% e 21,88%; e 45,71% e 15,52%, respectivamente, mostrando uma redução da MO grau 3 no Gpro. A combinação de probióticos aumentou o número de células TCD4, TCD8 e TCD3 (p<0,05). Entretanto, o probiótico não reduziu a supressão da medula óssea, perda de peso, e redução linfocítica, leucocítica, hemoglobina e albumina (p>0,05). O sequenciamento genético do microbioma mostrou que a RQTC causou alterações significativas na microbiota intestinal, mas o uso dos probióticos foi associado a restauração da diversidade microbiana.

Dessa maneira, os autores concluíram que uma combinação de probióticos melhora a resposta imunológica de pacientes e reduz a severidade de mucosite oral através da modificação da microbiota intestinal.

 

Referência:

Jiang C et al. A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial of Probiotics to Reduce the Severity of Oral Mucositis Induced by Chemoradiotherapy for Patients With Nasopharyngeal Carcinoma. Cancer, 2018.

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